ECONOMIA
Construção civil fatura 15% a mais na Paraíba
Dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção, divulgados pelo IBGE.
Publicado em 05/09/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/03/2024 às 11:23
As 945 empresas do ramo da construção civil na Paraíba obtiveram uma receita bruta de R$ 2,611 bilhões em 2012 e empregaram 36.673 funcionários. O valor total das obras de incorporação, construção e serviços relacionados chegou a R$ 2,436 bilhões, enquanto o custo se manteve em R$ 1,807 bilhão. Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A quantidade de empresas no mercado paraibano subiu 6,5% na comparação com a pesquisa anterior. Já o faturamento teve um crescimento nominal – desconsiderando a inflação do período – de 15,2%, passando de R$ 2,265 bilhões para R$ 2,611 bilhões. Por outro lado, a receita líquida das empresas – quando são descontados os impostos – caiu de R$ 2,087 bilhões para R$ 1,440 bilhão, frente a um aumento de 6,75% no número de trabalhadores.
Os custos totais, que abrangem gastos com pessoal e consumo de material de construção, evoluíram de R$ 1,430 bilhão em 2011 para R$ 1,807 bilhão no ano seguinte, variação nominal de 26,3%. O total dos gastos com salários evoluiu, em termos reais, 17,6%, considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). As construtoras paraibanas desembolsaram, em 2012, R$ 660,3 milhões com pessoal, sendo R$ 454,7 milhões com salários e outras remunerações.
O consumo de materiais respondeu por R$ 669,9 milhões nas obras, aumento de 14,4% ante os R$ 585,2 registrados no ano anterior. O valor total das incorporações somou R$ 2,436 bilhões no período. Considerando o total de pessoal ocupado, a Paraíba é o sexto estado da região Nordeste, que teve uma leve perda de participação no Brasil, caindo de 19,9% para 19,4%. Por outro lado, a Região liderou o crescimento no valor das incorporações, com 0,6%, atrás apenas da região Sul (0,7%).
EXPANSÃO DE EMPRESAS
Na comparação com o ano de 2007, os dados mostram que a valorização aumentou a passos largos. Cinco anos antes, havia 433 empresas registradas e 12.820 pessoas ocupadas – ou seja, o número de empresas cresceu 118% e o de funcionários, 186%. Mas a pesquisa não reflete o panorama atual desse mercado que, da mesma forma que se valorizou, agora esfria e tende a moderar os aumentos.
OUTRO CENÁRIO
Para o vice-presidente nacional da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Irenaldo Quintans, os dados do IBGE refletem outro cenário. “O mercado mudou de 2012 para cá. A pesquisa reflete a realidade de um ano em que a expansão imobiliária estava a todo vapor. Atualmente a construção civil está em processo de desaceleração, acompanhando a economia brasileira como um todo”, afirma. Segundo ele, os preços dos imóveis na Paraíba não estão caindo, mas se ajustando.
“Diferente de outras cidades brasileiras, onde os preços subiram de forma exagerada, o mercado paraibano se comportou de forma equilibrada”, diz.
Nos primeiros seis meses de 2014 houve uma queda de 1,1% no faturamento de novos imóveis vendidos na Grande João Pessoa. Segundo dados compilados pelo tecnólogo em negócios imobiliários Fábio Henriques, de janeiro a junho deste ano foram vendidas 2.698 unidades e o faturamento somou R$ 882 milhões
NO PAÍS
Em 2012, as empresas de construção civil do país realizaram incorporações, obras e serviços no valor de R$ 336,6 bilhões. Trata-se de um crescimento real (já considera a evolução da inflação) de 10,2% frente a 2011. O setor, que vivia naquele ano um "boom" com o avanço do crédito imobiliário e as obras da Copa, contava com 104 mil empresas na indústria da construção, 12,5% a mais do que em 2011, dados do IBGE. Estatísticas mais recentes do PIB, porém, mostram que desde o final de 2013 o setor passa por uma fase de estagnação e, mais recentemente, de queda.
O conjunto das firmas de construção ocupava 2,8 milhões de trabalhadores em 2012, com salário médio mensal de R$ 1.648,70, teve aumento real de 7,9% em relação ao ano anterior. Pelos dados do IBGE, o chamado valor adicionado (indicador semelhante ao PIB, que mensura a produção do setor, descontados os custos com insumos e outras despesas) da indústria da construção cresceu 16,9%.
Dentre as três divisões do setor, a construção de edifícios teve o maior crescimento nominal (22,7%, sem descontar a inflação) graças ao ingresso de mais empresas nessa atividade, à expansão do crédito imobiliário e às obras para a Copa 2014.
NORDESTE AVANÇA
Por regiões, o Sudeste manteve a liderança em 2012 no emprego no setor (55,1%) e em valor das incorporações, obras e serviços da construção (62%). Ainda assim, Sul e Nordeste apresentaram os maiores avanços em valor das incorporações, obras e serviços da construção - com expansão de 0,7% e 0,6%, respectivamente.
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