VIDA URBANA
Paraíba é 4º lugar no ranking de abortos espontâneos no NE
Dados do Ministério da Saúde mostram que entre janeiro a julho de 2011, 2.195 mulheres foram internadas em instituições hospitalares do Sistema Único de Saúde, na Paraíba, com esse tipo de caso.
Publicado em 20/09/2011 às 7:21
De janeiro a julho de 2011, 2.195 mulheres foram internadas em instituições hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), na Paraíba, em decorrência de aborto espontâneo, conforme dados do Ministério da Saúde. Os números são menores do que os registrados no mesmo período nos anos de 2009 e 2010.
Comparando com os demais estados nordestinos, a Paraíba ocupa o quarto lugar no ranking do maior número de abortos este ano.
Para o ginecologista Antônio Henriques, presidente da Cooperativa de Ginecologia da Paraíba (Coopagio), “os números da Paraíba apresentados pelo Ministério da Saúde não são tão altos, já que muitas gestações acabam naturalmente evoluindo para o aborto”. O que ele destaca como preocupação é o número oculto, que não aparece nas estatísticas. “Trata-se dos abortos provocados, que podem levar a danos irreparáveis à saúde das pacientes, podendo até levar ao óbito”, reforça o médico.
A coordenadora-geral da ONG Centro da Mulher 8 de Março, Irene Marinheiro, destaca que nesses dados de aborto espontâneo, inclusive, podem estar inseridas mulheres que fizeram o aborto provocado. “Acreditamos que é direito da mulher que induziu o aborto ser atendida também no serviço público. Como essa prática ainda é crime, não temos esses dados precisos”, destaca Irene.
Ela ainda acrescenta que as ações de planejamento familiar, com esclarecimentos do uso de contraceptivos mais eficientes e menos ofensivos, também contribuem para a diminuição do número de abortos. “A gravidez indesejada leva ao aborto induzido. Se houver um planejamento familiar, esse número cai”, afirma Irene.
Conforme o Ministério da Saúde, os programas de atenção à saúde da mulher vêm contribuindo para o decréscimo do número de abortos, mesmo os espontâneos. O acesso ao pré-natal, ou seja, um acompanhamento médico adequado durante a gravidez seria a medida mais importante para uma gestação sem problemas.
SOLICITAÇÃO
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA solicitou à Secretaria Estadual de Saúde (SES) quais medidas e ações são tomadas no Estado que contribuem para essa diminuição do número de casos de aborto. Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da SES não informou o que tem sido feito.
Comentários