VIDA URBANA
Policiais dizem em coletiva que vão respeitar decisão da Justiça
Em coletiva representantes das categorias da Polícia Militar disseram que vão respeitar o decreto de ilegalidade da greve e voltarão ao trabalho. Só não disseram quando.
Publicado em 02/03/2011 às 20:38
Maurício Melo
Com Jean Gregório
Foi para garantir que cumprirão a decisão da justiça que os representantes dos policiais militares convocaram uma coletiva na noite desta quarta-feira (2). No entanto, disseram estranhar a decisão do TJ de decretar a ilegalidade da greve da PM e da Polícia Civil, uma vez que eles não estariam fazendo uma greve, apenas uma vigília.
Os representantes do movimento paredista se disseram surpresos com a decisão, de acordo com eles, quem está fazendo greve é o “pessoal” da Polícia Civil. “Afinal a Polícia Militar nem pode fazer greve”, disseram. Apesar desse discurso, não foi revelado quando os militares parados voltarão ao trabalho.
Este discurso de que não estão em greve contesta com o fato de que dezenas de policiais tentaram invadir o 1º Batalhão, há duas noites, mesmo dia em que pneus de viaturas foram rasgados ou roubados, além de o comando de greve ter ido até o estádio da Graça e retirado 70% do efetivo policial presente para fazer a segurança do jogo entre Botafogo e Auto Esporte.
Talvez tenha sido justamente por isso que, por unanimidade, o Pleno do Tribunal de Justiça decidiu pela ilegalidade do movimento paredista sob o argumento de “evidente grave risco de caos que acarreta a insegurança da população, ainda mais com a proximidade dos festejos carnavalescos”, como ressaltou o relator do processo, o desembargador Manoel Monteiro.
A decisão de ilegalidade foi tomada por unanimidade pelo Pleno do Tribunal de Justiça na tarde desta quarta-feira (2) e foram afetados o Clube dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar da Paraíba, a Associação de Subtenentes e sargentos (ASSPOM), a Caixa Beneficente dos Oficiais e Praças, a Associação de Inativos da PM e a Associação dos Cabos e Soldados (ACSPMPB), que deflagraram o movimento grevista.
Mais cedo, o presidente da Caixa Beneficente dos Oficiais e Praças, coronel Maquir Cordeiro, já havia antecipado ao Paraíba1 que a paralisação seria suspensa. Para ele, decisão da Justiça precisa ser cumprida, mas ele já alertava que os policiais voltariam sem ânimo.
Delegados
Mas se por um lado a PM vai voltar ao trabalho, de acordo com nota enviada à imprensa pela Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepdel), a greve da categoria com início marcado para a próxima sexta-feira está mantida.
Segundo o presidente da Adepdel, Cláudio Lameirão, a decisão do Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba que decretou a ilegalidade da greve dos policiais hoje a tarde não atinge a paralisação dos delegados, por esta ainda não ter iniciado e cumprir com todos os prazos garantidos pela lei.
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