VIDA URBANA
Hospital Universitário ainda é referência
HULW recebe, mensalmente, do Ministério da Saúde, R$ 1,3 milhão para seu custeio.
Publicado em 16/10/2011 às 6:30
Número de cirurgias reduzido pela metade, leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) subutilizados, cirurgias cardíacas, bariátricas e neurológicas sem serem realizadas, estrutura física comprometida, falta de pessoal e de recursos. Esse é o quadro geral do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. Apesar dos inúmeros problemas, a unidade ainda é referência no Estado em diversas especialidades e realiza entre 3 e 4 mil procedimentos diários, entre consultas, exames, cirurgias e atendimentos de fisioterapia, odontologia, psicologia, nutrição e enfermagem.
O HULW recebe, mensalmente, do Ministério da Saúde, R$ 1,3 milhão para seu custeio. De acordo com o diretor do hospital, João Batista, para que a unidade de saúde funcionasse plenamente, seriam necessários, pelo menos, R$ 4,5 milhões. Com essa falta de recursos, o hospital sofre também com a escassez de funcionários. Atualmente, o hospital conta 1.542 servidores, sendo 1.049 funcionários da universidade, 387 terceirizados que atuam nas atividades meios (higienização, secretárias, atendentes) e 106 funcionários da Fundação José Américo, que mantém convênio com a UFPB. Esses são enfermeiros e médicos.
Como não há recursos para a realização de concurso, nem mesmo para o pagamento de novos terceirizados, a cada aposentadoria de um servidor, o problema vai se agravando. “A tendência é o hospital ir caindo a cada ano e, pode chegar em um ponto, em que não conseguiremos mais segurar”, alerta o diretor João Batista. Segundo ele, há um número razoável de médicos que já têm idade para se aposentar, mas continuam trabalhando “por amor à pro fissão e ao hospital”.
Para o diretor, o governo federal vem dando uma atenção especial aos hospitais universitários, tentando corrigir alguns desvios e liberando recursos adicionais. “Esse é um processo lento. Acredito que em um prazo de dois anos, a situação dos hospitais universitários estará melhor”, completou o médico. “Nós tratamos do bem mais precioso das pessoas, que é a saúde. Normalmente, os pacientes chegam ao hospital já fragilizados ou agressivos e o hospital tem poucas pessoas para atendê-los. Isso causa conflito, mas tentamos contorná-los da melhor maneira possível”, completou.
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