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CULTURA

O despertar da nova era

A edição traz os três volumes da saga, considerada pela crítica e público uma das obras-primas dos quadrinhos.

Publicado em 14/08/2013 às 8:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:55


A vigília é o estado entre o sono e o despertar. O fim de uma era e o começo de outra utilizando personagens como símbolos é o panorama traçado pelo quadrinista francês François Bourgeon na série Os Companheiros do Crepúsculo (Editora Nemo, 240 páginas, R$ 94,00), que ganha pela primeira vez uma versão brasileira depois de quase 30 anos da sua publicação original.

A edição traz os três volumes da saga, considerada pela crítica e público uma das obras-primas dos quadrinhos. Entre 1986 e 1990, os álbuns saíram em Portugal.

Como o clássico literário As Brumas de Avalon, da norte-americana Marion Eleanor Zimmer Bradley (1930-1999), a obra de Bourgeon mostra a transição entre religiões, onde o cristianismo sobrepujou através do fogo inquisidor as crenças ancestrais cujas lendas e mitos construíram o espírito da Idade Média.

Em pleno século 14, período da chamada Guerra dos Cem Anos, somos apresentados aos protagonistas. Mariotte é uma jovem ruiva criada por sua avó feiticeira e, por consequência, hostilizada pelos aldeões onde nasceu. Ela é atormentada constantemente por um garoto chamado Anicet.

Depois de serem os únicos sobreviventes de um massacre promovido por soldados desertores, ambos se tornam servos de um misterioso e desfigurado cavaleiro que carrega nos seus ombros a culpa pela morte da única mulher que o amou.

As duas primeiras partes são narradas em tom de sonho.

Capturados por pequenos duendes em O Sortilégio do Bosque das Brumas, o cavaleiro é obrigado a matar uma criatura que assombra a região. Imaginando estar sonhando, o personagem encara o desafio.

Em Os Olhos de Estanho da Cidade Glauca, a figura desfigurada ajuda dois duendes exilados em sua guerra contra uma raça que servem à força negra denominada de Dhuards.

Já no derradeiro tomo, O Último Canto das Malaterre, a saga cede lugar ao realismo histórico, costurando todas as pontas que foram soltas nos capítulos anteriores.

O cavaleiro descobre toda a verdade sobre a linhagem da amada, que pertencia a uma dinastia de mulheres descendentes de fadas e sereias, personificações das forças que regem o mundo: o branco, o vermelho e o negro, as três faces da deusa que foi condenada ao esquecimento devido à imposição das crenças cristãs.

Entre uma minuciosa e detalhada pesquisa iconográfica (François Bourgeon cria em pormenores maquetes e modela personagens em 3D para servir de base nos seus trabalhos), Os Companheiros do Crepúsculo carrega em simbolismos e complexidade a reconstrução do final de uma era, que ‘despertava’ seu inconsciente coletivo para a Idade Moderna.

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Jornal da Paraíba

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