Policiais resolvem abandonar a carreira

Em busca de melhores condições salariais e de trabalho, muitos policiais civis estão abandonando a carreira na Paraíba. “A cada dia nós perdemos profissionais em virtude da desvalorização.

Eles fazem concursos para outros estados e abandonam a Polícia Civil da Paraíba”, revelou Sandro Bezerra, presidente da Aspol.

Um exemplo é Everton Brito, de 27 anos, que após atuar durante seis anos e meio como agente de investigação, realizou concurso público para a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A decisão foi tomada após o profissional ser surpreendido pela pouca estrutura da Polícia Civil na Paraíba.

“A motivação foi a remuneração, além da questão estrutural que a PRF proporciona. Como eu atuo em João Pessoa, as condições de lá eram melhores, mas a qualquer momento poderia ser designado para uma delegacia do interior, onde a situação é complicada”, explicou Everton.

Já o escrivão Paulo Souza (fictício), de 35 anos, estima que aproximadamente 80% dos policiais civis estão empenhados em concurso públicos. Ele também foi aprovado em concurso da PRF e alegou motivação salarial ao decidir abandonar a Polícia Civil. “Existe uma divisão extrema entre delegados, escrivães e agentes de investigação na Polícia Civil. Não há qualquer perspectiva de crescimento", destacou Paulo Souza. O diretor da Aspol, Lucas Lopes, estimou que entre 10% e 15% do contingente atual da Polícia Civil da Paraíba esteja aprovado em concursos públicos e aguardam apenas nomeação. “Nosso efetivo é o 2º menor do país, perdemos apenas para o Acre. Em termos de remuneração, a nossa é a 24ª pior do país", frisou Lucas Lopes, escrivão e diretor da Aspol-PB.

O JORNAL DA PARAÍBA pediu à Aspol-PB os dados referentes à evasão no efetivo da Polícia Civil em uma década, mas as informações não foram divulgadas.