VIDA URBANA
Nomeação de ex-detento como diretor foi em maio do ano passado
Silva Neto administra o Presídio de Sapé, unidade com 169 presos.
Publicado em 01/04/2012 às 11:00
Em maio do ano passado ele foi nomeado para administrar o Presídio de Sapé, uma unidade de segurança média, que tem 169 detentos e fica a 40 minutos de viagem de João Pessoa. Nos primeiros dias de trabalho, o novo diretor mandou reunir os detentos no pátio. “Falei da seguinte forma: 'não quero prejudicar ninguém. Quero ter paz aqui. Quem tiver armas ou celulares, trate de jogar fora”. Apareceram 28 facas e 14 celulares”, conta.
O passado do ex-presidiário influenciou diretamente na gestão de Silva Neto. Em uma parede do pátio da cadeia, uma frase escrita em letras garrafais reproduz um trecho da Constituição Federal em que proíbe a prática de qualquer tortura ou maus-tratos. Os detentos são incentivados a estudar e serão beneficiados com uma sala de aulas e de cursos de capacitação, que está em construção.
Na diretoria, há uma pilha de livros, que foram doados por uma igreja evangélica e que farão parte do acervo da biblioteca prevista para ser criada dentro da penitenciária. Ocorreram melhorias também nas instalações do presídio. As celas ganharam lâmpadas econômicas e nova fiação elétrica e os banheiros, portas e revestimentos em cerâmicas. “São serviços relativamente simples, mas que causam bem-estar e geram sensação de maior dignidade aos presos”, observa o diretor.
Padres e pastores evangélicos também frequentam o presídio para realizar missas e cultos. O passado do diretor é conhecido por todos os presidiários. “Procuro passar para os detentos a minha experiencia de vida e tentar ajudá-los”, conta Silva Neto.
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