Saiba quais fatores podem levar à repetência

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Questões familiares, sociais e de estrutura das escolas influenciam no aprendizado e consequente aprovação, ou não, do aluno. Para o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em educação, Luiz de Sousa Júnior, para avaliar os fatores que afetam o desempenho do aluno, é necessário, primeiramente, 'separar' aqueles de ensino público do privado.

Enquanto, conforme o professor, em linhas gerais no primeiro tipo as taxas de reprovação chegam a 10%, no segundo elas não passam de 3%. Na Paraíba, em 2010, conforme a Secretaria de Estado da Educação (SEC), no Ensino Fundamental 15,8% dos alunos não conseguiram passar para a série seguinte.

Sem contar aqueles que abandonaram a escola, que representam 12,4% do total.
Em se tratando do Ensino Médio, 8,7% dos alunos não conseguiram ter êxito ao final do ano e 20,3% desistiram de aprender antes mesmo do final do ano letivo. Os dados são do Censo Escolar da Educação Básica.

“Tanto a reprovação quanto a evasão são resultados do fracasso escolar: a instituição não consegue fazer com que o aluno entre, permaneça e aprenda”, apontou Luiz de Sousa. E esse insucesso dos estudantes em sala de aula, em geral, no nível fundamental e médio, está associado às condições socioeconômicas da família, o que gera um déficit também cultural.

“Esses alunos não têm acesso a livros, meios de comunicação, internet, e a escola não tem como compensar”, acrescentou o pesquisador. No caso da rede privada, Luiz de Sousa opinou que elas forçam um pouco a passagem de ano, utilizando todos os mecanismos para evitar a reprovação. “Até porque pega mal perante o consumidor (família) mostrar que ela é uma escola que reprova”, analisou, acrescentando que a qualificação do professor também interfere no desempenho dos alunos.