CPB elabora plano de conservação de espécieis da fauna

O Centro de Primatas Brasileiro (CPB), sediado em João Pessoa, vai elaborar esta semana, junto com parceiros de outros Estados do Nordeste, um Plano de Ação para a Conservação de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Nordeste (PAN). Das cinco incluídas nessa categoria, na região, duas estão presentes na Paraíba: os guaribas-de- mãos-ruivas e os macacos- prego-galego. Conforme o coordenador do CPB, Leandro Jerusalinsk, a situação desses primatas, na Paraíba, é extremamente grave, em função da perda do habitat natural – as florestas, onde eles vivem e se alimentam, o desmatamento, a caça, e o apanhamento para domesticação.

Ele não pode precisar as áreas em que os macacos estão inseridos na Paraíba, mas garantiu que são pouquíssimas. Em virtude disso, a meta é que, tão logo o plano seja elaborado, as diretrizes sejam colocadas em prática. As oficinas vão acontecer a partir da próxima terça até a sexta-feira, no hotel Ouro Branco, na capital.

“O objetivo desse encontro é achar, de forma participativa com os parceiros de universidades, ONGs, secretarias ambientais; quais são os melhores caminhos para conservação das espécies”, detalhou Leandro, lembrando que o Brasil tem a maior diversidade de primatas do mundo: são 135 diferentes espécies, sendo que 26 delas estão em risco de extinção, conforme o último levantamento da Fundação Biodeveristas, realizado em 2003, mas ainda usado no país.

O diretor do CPB, entretanto, revelou que os números já devem ser bem piores. Pesquisa de 2007 da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) apontou que a quantidade de espécies ameaçadas no Brasil teria subido para 43.

Ainda conforme Leandro, a nova relação dos primatas brasileiros ameaçados de extinção tem lançamento previsto para o segundo semestre de 2012, mas a nova 'Lista Vermelha' só deve ser publicada em 2014.

Conforme o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Bruno Eloy, através do setor de inteligência, o órgão investiga as denúncias e aplica as sanções administrativas (multa e apreensão), caso se constate a manutenção em cativeiro ou o comércio indevidos de animais.

A multa aplicada pelo Ibama é de R$ 500,00 por animal apreendido, caso não seja de espécie ameaçada de extinção, ou de R$ 5 mil, quando o animal está incluído em listas oficiais de fauna brasileira com risco de extinção.

HISTÓRIA
No Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama na Paraíba (Cetas), localizado em Cabedelo (região metropolitana), em torno de 50 primatas estão em processo de reabilitação. Mais da metade deles foram apreendidos em fiscalizações e os demais vieram da entrega voluntária, conforme informações da bióloga e analista ambiental responsável pelo Centro, Tarsila Cavalcanti.

“É um local de recepção de animais. Eles passam por um período de quarentena, recebem tratamento clínico e depois tem uma destinação, ou para a natureza – quando possível – ou para um zoológico legalizado”, destacou a bióloga, comentando sobre o trabalho do Cetas. Entre os primatas abrigados no Cetas, estão alguns das espécies guaribas e macaco-prego-galego, ambas ameaçadas de extinção.