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CULTURA

Outros tons de erotismo

Escritor Rinaldo de Fernandes antecipa lançamento do livro '50 Versões de Amor e Prazer'  em entrevista exclusiva ao JORNAL DA PARAÍBA.

Publicado em 30/10/2012 às 6:00


Uma literatura sem vergonha, mas que o leitor não tivesse vergonha de dizer que está lendo. Foi desta filosofia que Rinaldo de Fernandes se imbuiu para organizar 50 Versões de Amor e Prazer (Geração Editorial, 358 páginas, preço não divulgado), antologia que está no prelo e chega às livrarias nacionais ainda na próxima semana.

"A boa literatura, antes de ser erótica, violenta ou o que seja, precisa primar primeiro pela qualidade. A literatura de qualidade sempre tem público. Claro: o best-seller tem mais", opina Rinaldo, que antecipou com exclusividade ao JORNAL DA PARAÍBA os detalhes do livro, uma coletânea que embarca no sucesso editorial de 50 Tons de Cinza e convida 13 autoras brasileiras para escrever 50 histórias em que o prazer de lê-las se encontra também com o prazer de fantasiá-las.

DEMOCRACIA SEXUAL
"Tentei girar os meus contos na ideia de que todo mundo faz sexo, e tipos incomuns de sexo, não o sexo papai-e-mamãe.

Isso não é errado, e achei que eram temas interessantes", conta Luísa Geisler, uma das caçulas de um 'clube adulto da Luluzinha' que inclui as escritoras Ana Miranda, Ana Paula Maia, Andréa del Fuego, Ana Ferreira, Állex Leilla, Cecilia Prada, Heloisa Seixas, Juliana Frank, Leila Guenther, Márcia Denser, Marilia Arnaud e Tércia Montenegro.

Geisler, que tem 21 anos e foi a vencedora das duas últimas edições do Prêmio Sesc de Literatura, colabora, entre outros textos, com 'Penugem', narrativa na qual o protagonista é um pedófilo que contempla sua própria filha.

"Fugi muito do pornográfico, da pornochanchada", diz ela. "O desejo sexual em si é uma forma de sexo, e isso pode gerar um enredo rico em arte, em sentimento. Acredito que a maior dificuldade seria ligar o sexo com o enredo. Se as pessoas quiserem ler pornô por pornô, elas poderiam ler contos eróticos on-line. Para mim, o desafio é escrever o sexo dentro de um enredo artístico, para que o leitor não se pergunte: “por que estou lendo essa cena?”.

Marília Arnaud, paraibana já veterana nas antologias organizadas por Rinaldo de Fernandes, participa com três textos não inéditos, um deles inteiramente reescrito pela escritora: "Meus contos não são propriamente eróticos, mas você pode pensar em algum nível de erotismo neles. A expressão da sexualidade é algo muito difícil de se atingir. Não gosto do erotismo explícito", afirma a escritora.

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Jornal da Paraíba

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