ECONOMIA
Dezembro reduz alta do varejo paraibano
Dados do IBGE, mostram crescimento nominal de 9,2%, fazendo a PB cair do segundo para o quarto lugar no acumulado do ano do país.
Publicado em 14/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:24
O fraco desempenho do mês de dezembro levou a Paraíba a cair no ranking daqueles que tiveram os maiores crescimentos em volume de vendas do varejo em 2013. Segundo dados da última Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou com crescimento nominal de 9,2%, fazendo o Estado cair do segundo para o quarto lugar no acumulado do ano do país e segundo do Nordeste. O índice é o menor dos últimos 3 anos, acima apenas de 2009, quando o volume de vendas subiu apenas 0,9%.
Em dezembro, as vendas do varejo na Paraíba despencaram em relação a novembro (-5,8%), a maior queda entre os estados do Nordeste. Na comparação do mês de dezembro de 2012, o comércio paraibano registrou crescimento de 3,6%, o mais baixo dos últimos quatro anos do Estado.
Contudo, o volume de vendas no comércio paraibano fechou 2013 ainda com a 2ª maior taxa de crescimento entre os nove estados do Nordeste. No ano passado, apenas o Rio Grande do Norte (9,3%), com índice levemente superior, cresceu acima da Paraíba. Já na comparação com a taxa registrada pelo setor no país (4,3%), o índice paraibano foi mais que o dobro.
Já na passagem de novembro para dezembro, as vendas do varejo na Paraíba despencaram em relação a novembro (-5,8%), a maior queda entre os estados do Nordeste. O país registrou queda de apenas 0,2%.
Na avaliação do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Artur de Melo, esse cenário foi um dos responsáveis pelo resultado global de 2013. “O resultado de dezembro afeta diretamente o crescimento de todo o ano, porque é um mês que tem um peso muito grande para o comércio, ainda mais quando se fala em segmentos como vestuário e calçados, que nós esperamos que seja o mês com maior fluxo de vendas. Nossa previsão inicial era de 7% de crescimento, depois, quando fomos sentindo o mercado, ela baixou para 4%”, disse José Artur de Melo.
O baixo crescimento de vendas em dezembro, segundo José Artur de Melo, foi causado pelo cenário econômico em que se encontra o país, que afeta toda cadeia do mercado. “O país está sofrendo com a inflação, eu, enquanto lojista, sinto isso de perto. Nós temos dificuldade para segurar o preço, tentamos acordar com os fornecedores, manter o preço estável, mas eles não conseguem segurar, compramos mais caro e precisamos repassar ao consumidor, que, pela alta de preço, compra menos, afetando o crescimento do volume de vendas”.
Por esses fatores, o cenário ainda está nebuloso para se falar com segurança as projeções para o primeiro semestre de 2014, explicou o presidente da FCDL-PB. “Nós esperamos crescimento de 5% no primeiro semestre, mas nada garante essa alta, porque estamos em um ano atípico. Nosso Carnaval será em março, o que reconfigura todo nosso primeiro trimestre.
Depois, vamos vivenciar o fenômeno da Copa do Mundo, que, até o momento, não sabemos se de fato vai ser tão bom para nós”, disse.
De acordo com José Artur de Melo, o lojista ainda está inseguro quanto aos benefícios que serão trazidos com a Copa do Mundo deste ano. “Sinceramente não sabemos se o evento será bom economicamente, ainda não sabemos os impactos e retornos que a Copa vai trazer. Ultimamente vemos tantas notícias negativas relacionadas ao evento, como os atrasos das reformas, não sei se as pessoas estarão de fato dispostas a visitar o Brasil”, destacou.
Além das incertezas da Copa do Mundo, o crescimento do varejo depende diretamente do modelo de crescimento econômico adotado pelo país, que, na avaliação do presidente da FCDL-PB, não é mais eficaz. “Os gastos públicos estão explodindo, a inflação alta, há dificuldade de manter preço com fornecedor, isso diminui o poder aquisitivo das pessoas. Espero que possamos superar essa fase, que haja mudança na forma de gerir a máquina pública economicamente. O que não pode é continuar do mesmo jeito, é um modelo exaurido”, disse.
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