Couto e Rodrigo discordam sobre cargos no Governo Maranhão

Karoline Zilah

Depois da crise no PSB acerca da ida do deputado estadual Guilherme Almeida para o cargo de secretário de Interiorização do Estado no governo Maranhão, agora são as discussões internas no PT sobre a atuação do partido no governo estadual que ganharam proporções maiores, gerando até rompimentos entre integrantes do partido.

O secretário executivo Jackson Macedo foi enfático ao afirmar que o deputado federal Luiz Couto rompeu com o deputado estadual Rodrigo Soares por discordar das negociações que estão sendo feitas com o Governo do Estado com relação às secretarias que devem ser ocupadas pelo PT.

“Foi uma reunião tensa que acabou em desentendimentos”, confirmou Macedo sobre o encontro da Executiva Estadual na noite da quarta-feira (25). Segundo ele, o grupo liderado por Rodrigo Soares votou em encaminhar nomes de integrantes do PT para José Maranhão (PMDB) sem sequer saber quais cargos seriam oferecidos ao partido.

A tensão foi tão grande, segundo Jackson, que Luiz Couto chegou a se retirar da Comissão que iria entregar os nomes nesta quinta para o governador e romper com Rodrigo Soares. “Ele e o professor Carlos Alberto não vão mais negociar com o PMDB e com Maranhão”, confirmou o secretário executivo.

“O grupo quer assumir qualquer pasta, sem analisar primeiro o que o partido poderia fazer com elas. Giucélia Figueiredo, por exemplo, poderia ficar tanto com Esportes quanto com Agricultura. É um absurdo”, explicou o secretário executivo.

Ao final da reunião, os nomes de Rodrigo Freire e Giucélia Figueiredo foram aprovados por maioria para serem indicados ao governador com a finalidade de ocupar secretarias no Estado, o que não agradou ao grupo liderado por Luiz Couto e pelo professor Carlos Alberto. A informação é de que José Maranhão já recebeu estas indicações na manhã desta quinta-feira (26). Ainda no grupo que votou a favor destes dois nomes estariam o deputado Jeová Campos, o vice-governador Luciano Cartaxo e o ex-deputado Frei Anastácio. “Foi uma decisão totalmente despolitizada”, disse Jackson Macedo.

Já a posição do grupo liderado por Luiz Couto seria de uma “ida politizada”, com base em documento firmado pelo PT, PSB e PCdoB de que qualquer negociação de cargos com José Maranhão (PMDB) deveria ser feita a partir de diálogos sobre as posições ideológicas do PT e como elas poderiam ser aproveitadas nas secretarias.

O grupo divergente da votação de ontem anunciou que vai recorrer contra a decisão de indicar Rodrigo Freire e Giucélia Figueiredo. O processo vai para o Diretório Regional do PT e será discutido no dia 7 de março.

Rodrigo Soares e Luciano Cartaxo foram procurados pela nossa reportagem para comentar a escolha de nomes para o secretariado do Estado, mas não foram encontrados.