EnforcaDOR?

EnforcaDOR?

Atualmente, com vários estudos sobre como funciona o processo de aprendizagem dos cães, o uso do enforcador é um retrocesso.  

O uso desses aversivos está associado ao mito da Teoria da  Dominância, que postulava que os cães precisavam ser submissos, que iriam dominar seus donos se não fossem treinados, que o humano deveria ser o alpha, o dominante da matilha. Essa teoria já foi desmistificada pelo próprio pesquisador que a criou, David Mech.

Trancos, puxões, apertões são os mecanismos utilizados por quem utiliza o enforcador para que um cão, ao sentir dor ou incômodo, não reproduza um comportamento indesejado. Ora, não seria mais eficaz recompensar os acertos e construir o comportamento esperado do que punir o que não quer que aconteça? Sim, é mais eficaz, porém, esse processo requer estudos, dedicação, tempo e paciência

É preciso entender como os cães aprendem para desenvolver suas melhores potencialidades sem utilizar a punição como meio de ensino. 

O uso de punições, na maioria das vezes, interfere no desenvolvimento da real personalidade de um cão tornando-o medroso, traumatizado, reativo, podendo ser uma bomba-relógio, principalmente, se não estiver na presença daquele que o pune.

Seguem alguns motivos para que o uso do enforcador seja abolido:

  • Danos físicos: já existem estudos que comprovam os danos físicos causados pelo uso de enforcadores – lesões na traqueia, pressão intraocular, sensibilidade na garganta, efeitos na rede neural são alguns dos problemas de saúde que o uso do enforcador pode acarretar.
  • Danos psicológicos: o uso de enforcadores e outros aversivos podem influenciar negativamente na personalidade de seu cão e prejudicar o relacionamento com o tutor. O uso de punição dificulta a aprendizagem, compromete a confiança entre cachorro-tutor, aumenta o nível de estresse e, a longo prazo, pode contribuir para o desenvolvimento de vários problemas comportamentais.
  • Ferramenta ultrapassada: o enforcador foi amplamente utilizado no passado simplesmente por não existirem estudos que mostrassem outras formas de ensinar. Hoje em dia são muitos os estudos científicos que mostram que existem outras metodologias mais eficazes para o adestramento de um cão que não usam aversivos como enforcadores, gritos e tapas.
  • Agressividade e reatividade: cães treinados com métodos punitivos tem maior tendência a desenvolver problemas comportamentais como agressividade e reatividade devido ao estresse a que são submetidos e alto nível de cortisol que eles produzem.
  • Desamparo aprendido: é o maior dano psicológico que um cão pode sofrer. É aquele cachorro que desiste de experimentar coisas novas, fugir ou evitar situações de punição, ou seja, “ficou tão bonzinho depois do adestramento, só fica quieto no canto dele”. Esse comportamento “quieto” pode não ser um aprendizado, pode ser uma quebra da personalidade do cachorro. 

Você prefere que o seu cão aprenda por prazer ou por temer uma dor que você poderá infringir a ele? Prefere que ele te respeite ou que tenha medo de você? 

Referências internacionais e estudos científicos.