Neurologista descarta ‘receitas’ e diz que mente precisa de ‘neurofitness’

Epecialista recomenda exercitar o cérebro.

Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba

Apesar das propagandas sedutoras feitas pelos idealizadores e executores dos métodos de memorização, fica uma pergunta. Até que ponto essas técnicas têm eficácia no dia a dia das pessoas? O neurologista Marcos Aurélio Smith Filgueira desaconselha a adesão a receitas prontas e acrescenta que, sem prática constante, todas as ferramentas apreendidas nos cursos se tornam ineficazes, pois acabam se dilacerando com o tempo.

A base para ter um cérebro potente é exercitá-lo, segundo o especialista. Os cursos de leitura rápida e memorização ajudam, mas uma boa memória não cai do céu. “Repetição é a palavra fundamental no processo de exercitar o cérebro. É assim: use-o ou perca-o. Ler ativamente e aprender novas coisas a todo instante são meios de estimular a mente”, enfatiza. Ingredientes como interesse, entusiasmo e vontade de melhorar também são aspectos primordiais na conquista de uma memória mais ágil e eficiente.

Para turbinar o cérebro, a dica do neurologista é recorrer à neuróbica, uma espécie de ginástica do cérebro, também chamada de neurofitness. Assim como os exercícios físicos ajudam na saúde e a manter a forma, esse conceito criado nos Estados Unidos e bastante utilizado nas Neurociências promete dar um maior desenvolvimento da mente. Ao contrário do que as pessoas costumam fazer no cotidiano, a ideia é que seja dada mais atenção às tarefas executadas de forma mecânica.

“Não deixar o cérebro parado é essencial nesse processo”, avisa o médico. A neuróbica consiste na inversão da ordem de alguns movimentos comuns no dia a dia, alterando a forma de percepção sem mudança na rotina. O objetivo é executar de forma consciente as ações que levam à reações emocionais e cerebrais. São exercícios que vão desde ler ao contrário até estimular o paladar com comidas diferentes. Tentar memorizar o nome de alguém que você conheceu a pouco tempo associando com algo que lhe é bastante conhecido é outra sugestão. As atividades físicas, de acordo com o neurologista, também ajudam nessa trajetória de tornar a memória mais afiada.