Você enfrenta dificuldades para voltar ao mercado? Veja dicas

Há empregadores que discriminam candidatos.

Valéria Sinésio
Do Jornal da Paraíba

Arranjar um emprego talvez seja um dos maiores desafios da atualidade. Um dos motivos, claro, é a forte concorrência no mercado de trabalho, que a cada dia exige mais e mais dos candidatos. Porém, a falta de qualificação e de atualização também contam na hora de arranjar um emprego, não apenas o primeiro, mas o segundo, o terceiro etc.

Muitas vezes, por puro preconceito os empregadores ‘torcem o nariz’ diante de candidatos como aposentados que querem complementar a renda, trabalhadores que passam vários anos na mesma empresa e são demitidos, mulheres que desejam voltar à ativa após a maternidade, e outros.

Analisando a situação pelo lado do contratante, fica mais fácil entender porque as portas para pessoas nessa situação são mais difíceis de abrir. Afinal, o fato de ter passado alguns anos ‘parado’, pode ser interpretado como comodismo ou ainda, como uma pessoa que está desatualizada. Seria, portanto, desse ponto de vista, mais viável contratar alguém fora desse exemplo.

Quem busca recolocação profissional precisa divulgar o interesse. Não se envergonhe de dizer aos amigos (e amigos dos amigos, se necessário), que você está em busca de emprego. Uma boa dica é vasculhar sites de empresas pela internet e enviar o currículo. Há também as empresas que disponibilizam cadastro para interessados em futuras vagas. Porém, é preciso saber que enviar currículo para quem não está contratando, não adianta muita coisa.

Outra alternativa é recorrer às agências de emprego, que costumam receber currículos todos os meses do ano. O Sistema Nacional de Emprego do estado e do município também não podem ser esquecidos, afinal têm a credibilidade de serem procurados pelas empresas.

O auxiliar de cozinha Almir Fernandes de Araújo, 34 anos, sabe bem o significado da palavra desemprego, com a qual convive há três meses. “Já trabalhei em restaurantes renomados de João Pessoa, mas desde que fui demitido do último, no qual tinha carteira assinada, não consegui ainda recolocação profissional”, declarou. Nesse período, Almir se reveza entre fazer ‘bicos’ que aparecem e visitar o Sine-PB, em busca de oportunidades. “Preciso trabalhar, mas está muito difícil… quem tiver o seu emprego, preserve-o, pois o desemprego é algo que atormenta”, lamentou.

Na avaliação de Almir, a dificuldade em arranjar um novo trabalho é consequência do pouco número de vagas. No entanto, ele mesmo admite que não procura fazer cursos de atualização e aperfeiçoamento, por achar desnecessário. “Não acredito que estou desempregado porque não tenho cursos. Para a minha função, o que conta é a experiência, e isso eu tenho”, disse. Mas ele pode estar equivocado, na opinião de Rita Rocha, articuladora empresarial do Sine-PB. “As empresas estão cada vez mais exigentes. Até para auxiliar de serviços pedem o certificado do ensino médio”, afirmou.

De acordo com Rita, os candidatos precisam levar a sério a questão da qualificação. Com a concorrência, o mercado quer absorver os melhores profissionais. Quem discorda dessa verdade, pode ser mais uma vítima do desemprego. “Para se ter uma ideia da situação, temos muitas vagas para a construção civil, mas não temos candidatos qualificados para indicar”, revelou. “Empresas de outros estados nos procuram, mas acontece o mesmo problema, falta qualificação e escolaridade”, acrescentou.