Após rebelião e mortes, 50 detentos são transferidos de presídio

Karoline Zilah
Com informações da TV Cabo Branco

Cinquenta dos mais de 260 detentos do Presídio Padrão de Santa Rita foram transferidos neste sábado (29) para unidades prisionais de João Pessoa, depois de uma rebelião iniciada na noite da sexta-feira e durou por 10 horas, culminando na morte de dois presos e deixando dois feridos.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, a situação está sob controle, mas foi necessário remover os homens mais perigosos para evitar novos confrontos. Quarenta foram levados para o Presídio do Roger e 10 para a Penitenciária de Segurança Máxima PB-I, na Capital.

A remoção também foi realizada para que possa ser feita uma reforma no estabelecimento, uma vez que as 40 celas ficaram danificadas, com paredes caídas e estruturas queimadas.

A revolta dos presos teve início por volta das 21h quando eles atearam fogo em colchões e camas de alvenaria. Pelo celular, em contato com os parentes, os detentos reclamavam que estavam sem comida, sem água e sem banho de sol depois que a direção do presídio descobriu e frustrou uma tentativa de fuga na última quarta-feira (26).

Os detentos também reivindicavam a presença de juiz de execuções penais que pudesse renegociar a pena de alguns homens que estariam detidos além do prazo previsto pela Justiça. As negociações mobilizaram o secretário estadual de Administração Penitenciária, Carlos Mangueira, homens do Batalhão de Choque, equipes do Corpo de Bombeiros, o comandante do Primeiro Batalhão da Polícia Militar de João Pessoa, coronel Carlos Américo, e dois familiares dos presos.

De acordo com a diretora do presídio, Edna Veloso, algumas das reivindicações chegaram a ser aceitas pelas autoridades, mas não pelos manifestantes.

Dois detentos ficaram feridos: Honaldo Félix da Silva, de 41 anos, e Francisco de Assis Albuquerque, de 26. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital de Trauma, eles estão na Enfermaria sob custódia policial e apresentam estado de saúde regular. Já as duas vítimas fatais morreram carbonizadas e eram presos provisórios por tráfico de drogas e homicídio.