COTIDIANO
Audiência sobre acidentes na Epítácio Pessoa é suspensa
Estudante Raíza Guedes, de 17 anos, e Ronaldo Soares da Silva, de 19 anos, morreram em acidente na avenida. Réu é considerado reincidente por dirigir embriagado.
Publicado em 15/11/2011 às 8:00
A primeira audiência de instrução do caso da morte da estudante Raíza Guedes, de 17 anos, e Ronaldo Soares da Silva, de 19 anos, foi suspensa ontem, para a intimação de mais três testemunhas. A audiência aconteceu no Fórum Criminal da capital na manhã de ontem e deveria ouvir 13 testemunhas, mas foram ouvidas apenas cinco pessoas.
Em depoimento, Vamberto Gomes Júnior, de 21 anos, uma das vítimas sobreviventes, comentou que os quatro passageiros do veículo estavam com o cinto de segurança. O advogado de defesa, Genival Veloso, questionou a trajetória seguida pelos jovens. O carro saiu do bairro da Torre em direção a um bar no Bessa. O advogado entendeu que os jovens não deveriam percorrer pelo bairro dos Estados. Sobre o teste do bafômetro, Vamberto informou que ninguém fez o exame.
No depoimento, o advogado de defesa questionou algumas testemunhas sobre a presença de bebidas alcoólicas no veículo do acusado. Genival lembrou que as testemunhas apenas ouviram populares informarem a presença de bebidas na Nissan Frontier, mas não viram o produto.
O juiz José Aurélio Cruz decidiu convocar mais três testemunhas do acidente. A nova audiência acontecerá no próximo dia 30. O promotor destacou que essa primeira audiência iria ouvir todas as testemunhas de acusação, defesa e inclusive o réu, mas por conta do pedido da inserção de outras testemunhas, a oitiva foi suspensa.
“O réu é reincidente, ou seja, tinha feito outras práticas de dirigir embriagado. Esse foi um dos motivos que o pedido de habeas corpus foi negado, e ele continuará preso até o julgamento”, disse o promotor.
Por outro lado, o advogado do réu, Genival Veloso, contestou o prazo que deveria ser de 90 dias, mas já estava a 130 dias de prisão do acusado. “Isso ultrapassa o que determina a lei”, disse.
Familiares de Ronaldo Soares e do réu Rodrigo Arthur da Fonseca acompanharam a audiência na Justiça. A família da vítima se emocionou durante o depoimento de algumas testemunhas. Uma das irmãs de Ronaldo, Rosângela Soares, pediu, ainda em estado de choque, que as audiências fossem concluídas e que o júri popular seja marcado.
“Queremos que o caso do meu irmão sirva de lição e que todos acusados de dirigir embriagado paguem pelo crime na cadeia”, observou, destacando que a família luta para que as blitze sejam realizadas até as 6h, uma vez que muitas pessoas voltam das festas nesse horário.
Já o irmão do réu, Marcelo Dourado, pede “a aceitação do pedido de habeas corpus e que o irmão possa ter o direito de responder em liberdade, assim como manda a legislação”, disse.
O FATO
O acidente aconteceu na madrugada do dia 16 de julho deste ano quando uma Nissan Frontier conduzida por Rodrigo da Fonseca, de 34 anos, havia ultrapassado o semáforo vermelho no cruzamento das avenidas Epitácio Pessoa e Amazônia, no bairro dos Estados, batendo em um Palio.
Ronaldo Soares que conduzia o veículo morreu na hora. A estudante Raíza Guedes, faleceu horas após ter sido socorrida para o Hospital de Emergência e Trauma.
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