COTIDIANO
Bandidos aterrorizam taxistas em João Pessoa
Colinas do Sul, São José, Alto do Mateus e bairro do Novais são evitadas pelos profissionais que trabalham no período noturno.
Publicado em 04/12/2011 às 8:00
A violência vem atingindo os motoristas de João Pessoa sem escolher horários ou locais específicos. Motoristas de táxi, ônibus e caminhões sofrem com assaltos e agressões e já selecionam as rotas que devem seguir durante o trabalho. Conforme o presidente do Sindicato dos Taxistas, Antônio Henriques, áreas como os bairros Colinas do Sul, São José, Alto do Mateus e bairro do Novais são evitadas pelos profissionais que trabalham no período noturno.
Mas, as precauções não se restringem apenas ao turno da noite, já que de acordo com Antônio Henriques, a violência é constante e não existe um período definido para a atuação dos criminosos.
Ele explicou que o taxista é um alvo fácil para os bandidos, já que trabalha exposto nas ruas, tornando-se mais vulnerável.
Os taxistas são alvo principalmente de assaltos, latrocínios e também são utilizados como 'escudo' durante as ações violentas praticadas pelos bandidos.
Os veículos são roubados e geralmente utilizados na prática de outros delitos, segundo a polícia. Este ano, o sindicato já contabiliza 22 assaltos contra taxistas e dois homicídios.
Flávio Santos está entre estas estatísticas. Ele conta que já foi assaltado oito vezes e após ser vítima desses crimes só faz corridas com pessoas conhecidas ou recomendadas pelo serviço de rádio-táxi.
“Qual a defesa que o motorista de táxi tem? Nenhuma. A pessoa senta no banco de trás, coloca uma faca no meu pescoço ou um revólver na minha cabeça e eu vou ter que obedecer aos comandos dela. Depois de toda a violência que eu vivi eu tenho medo de trabalhar à noite e recuso dirigir para pessoas que eu considero suspeitas, mas hoje em dia não dá mais para saber quem é criminoso ou não. Acho que não existe um taxista que não tenha sido vítima de assalto,” explicou o taxista.
O último caso de latrocínio (roubo seguido de morte) foi registrado no dia 9 de outubro. A vítima foi o taxista Gilberto Lins de Almeida, de 54 anos. O motorista costumava trabalhar durante à noite e ao pegar um passageiro em uma boate no Centro da cidade seguiu para o bairro do Baralho, no município de Bayeux.
Ao chegar ao local o taxista foi assaltado e assassinado com dois tiros na cabeça. A polícia prendeu o acusado pelo crime, que assumiu ter praticado o latrocínio para conseguir dinheiro. O objetivo era comprar drogas.
O presidente do Sindicato dos Taxistas ainda revelou que a violência se estende aos motoristas de caminhão.
“Os caminhoneiros também vivem essa violência. Eles percorrem estas estradas, sozinhos, principalmente à noite e também estão expostos à crimes,” completou Antônio Henriques, cobrando providências do poder público.
Comentários