COTIDIANO
Caso Dalmi: júri condena ré
Depois de ter o julgamento adiado por duas vezes, Ana Paula foi levada a júri popular nesta quinta-feira (20) e condenada a 20 anos.
Publicado em 21/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/01/2024 às 18:45
A acusada de mandar assassinar o modelo Dalmi Barbosa, Ana Paula Teodósio de Carvalho foi condenada a 20 anos de reclusão (18 por homicídio qualificado e 2 por porte ilegal de arma), inicialmente em regime fechado.
Depois de ter o julgamento adiado por duas vezes, Ana Paula foi levada a júri popular, na manhã de ontem, no Fórum de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa.
Por ser ré primária, a sentença cabe recurso e a apelação já foi feita em plenário. Dalmi Barbosa foi morto a tiros na manhã de 2 de dezembro de 2012, em Santa Rita.
A sessão, que foi presidida pela titular da 1ª Vara de Execução Penal da Comarca local, juíza Lilian Cananéa, teve início às 9h e foi encerrada por volta de 19h. O júri foi composto por cinco homens e duas mulheres.
Durante a manhã, foram ouvidas as quatro testemunhas de acusação e parte das outras cinco listadas pela defesa da ré. As oitivas tiveram continuidade à tarde. A primeira testemunha de acusação a prestar depoimento foi Raquel Teófilo de Sousa, noiva do modelo assassinado.
Interrogada pela promotora de Justiça Rosa Cristina Carvalho, que substituiu o promotor Onéssimo Cézar, em suas declarações, Raquel confessou que foi amiga de Ana Paula até os 6 anos anteriores ao crime, mas negou conhecer os outros envolvidos no homicídio.
"Decidi me afastar dela (Ana Paula), com consentimento de Dalmi, porque ela era muito mentirosa, gostava de confusão e se demonstrava insatisfeita com o nosso relacionamento”, declarou.
Após a sessão que culminou com a condenação de Ana Paula, a promotora Rosa Cristina disse, por telefone, que a sensação foi de dever cumprido. “O Ministério Público está satisfeito com o trabalho desenvolvido e com o resultado. O crime foi premeditado, executado e planejado com todos os detalhes pela mandante. Nada disso vai trazer de volta a vida de Dalmi, mas com certeza a família, a sociedade e todos que acompanharam o caso estão confortados”, ressaltou.
Já o advogado da ré, Aluísio Lucena, frisou que irá entrar com um recurso para solicitar um novo júri. “Considero que houve falhas no processo, pegamos jurados dormindo, entre outros problemas”, afirmou. Enquanto aguarda a análise do recurso, Ana Paula permanecerá detida na Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, onde já cumpria a prisão preventiva pela prática do crime.
OUTROS ACUSADOS
Os outros acusados de participar do homicídio já foram julgados e condenados a 17 anos de prisão. Mateus Alves da Silva, julgado em 28 de novembro do ano passado, foi condenado por conduzir o veículo usado para praticar o crime. Já Júlio César Xavier do Nascimento, julgado em 13 de fevereiro deste ano, foi condenado por ter sido o executor material dos disparos de arma de fogo que mataram o modelo.
Apenas André Pedro da Silva, que foi detido com a arma utilizada no crime e autuado por porte ilegal de arma de fogo, ainda não foi julgamento, pois entrou com recurso na Justiça e aguarda análise do mesmo.
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