COTIDIANO
Delegacia da Mulher de JP já instaurou 620 inquéritos em 2011
A delegada Ivanisa Olímpio diz que muitos casos são ameaças que acontecem principalmente dentro de casa.
Publicado em 01/11/2011 às 6:30
A Delegacia da Mulher de João Pessoa registrou quatro prisões em flagrante de homens que agrediram fisicamente suas companheiras no último domingo. Somente este ano já foram instaurados 620 inquéritos policiais pela delegacia especializada. Conforme a delegada Ivanisa Olímpio, muitos casos são ameaças que acontecem principalmente dentro de casa. Em uma das ocorrências registradas no último domingo, uma mulher foi agredida com um golpe na cabeça por ter se negado a entregar dinheiro para que o marido comprasse drogas.
O crime aconteceu na comunidade ‘Citex’, no bairro do Geisel e o agressor foi preso em flagrante. “Ele queria dinheiro para comprar droga, ela se negou a entregar a única quantia que possuía para comprar alimentos e por isso foi agredida com um golpe de garrafa na cabeça,” explicou a delegada Ivanisa Olímpio, acrescentando que o agressor foi identificado por Ricardo Paulino da Silva que permanece detido na Central de Polícia. Já a mulher agredida está internada no Hospital de Emergência e Trauma da capital.
A delegacia efetuou ainda a prisão de agressores no bairro do Róger, no conjunto Ernani Sátiro e no bairro do Mutirão, em Bayeux. A delegada Ivanisa Olímpio revelou que as mulheres ainda possuem muito medo de denunciar as agressões que sofrem de seus parceiros. “Nós fazemos a nossa parte e cumprimos a obrigação de registrar a ocorrência, oferecemos acompanhamento psicológico e toda a assistência que a mulher necessite,” disse a delegada.
Sem medo
O medo de ser agredida e sofrer represálias não fez com que Gláucia dos Santos se intimidasse. Casada há 17 anos ele afirma que viu a sua vida ser modificada há quatro anos, quando o marido passou a ingerir bebida alcoólica em excesso. Ela explica que o marido, antes considerado calmo e amoroso, passou a chegar em casa transtornado, fazendo ameaças de morte e algumas agressões físicas.
“Eu não vou esperar para que os meus filhos tenham que me velar em um caixão. Antes que o pior aconteça eu preferi denunciá-lo, porque sei que tudo começa com uma ameaça e termina com a mulher assassinada. Eu conto com o apoio dos meus filhos, vim até a delegacia prestar queixa e também irei entrar com um pedido de divórcio,” disse Gláucia dos Santos.
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