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COTIDIANO

Empresa 'administrada' por vereador preso em Campina recebeu R$ 3,5 milhões de prefeituras

Publicado em 23/08/2019 às 10:53 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:43

Empresa tinha como responsável André Nunes de Oliveira Lacet, também preso, mas segundo o MPF era administrada pelo vereador

Um negócio lucrativo. É isso que aparentemente pode ser dito sobre a empresa Lacet - Comércio Varejista de Produtos LTDA, que segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal era 'administrada' pelo vereador Renan Maracajá (PSDC). Renan foi preso nesta quinta-feira (22) preventivamente durante a segunda fase da Operação Famintos. A investigação apura fraudes em licitações e desvio na merenda escolar em Campina Grande.

De acordo com os dados do Sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o empreendimento que seria 'administrado' pelo parlamentar recebeu, em três anos, R$ 3,5 milhões de prefeituras paraibanas em contratos.

“Embora Renan Tarradt Maracajá formalmente não seja mais sócio da Lacet, ele ainda administra a empresa, de modo que Renan Oliveira Felix e André Nunes de Oliveira Lacet (também preso) são, ao que tudo indica, “laranjas” utilizados para ocultar o controle de Renan Tarradt Maracajá sobre a pessoa jurídica. Isso foi confirmado por meio dos documentos apreendidos na residência de Renan Tarradt Maracajá e na sede da Lacet Comercial quando da execução das medidas de busca e apreensão cumpridas por meio da Operação Famintos”, relata o MPF, ao pedir a prisão preventiva do vereador.

Ainda segundo as investigações, Renan teria participação ativa na divisão das licitações para distribuir merenda escolar nas escolas municipais campinenses. Ele chegou a ser monitorado por policiais federais e teve conversas grampeadas, com autorização da Justiça. De acordo com a PF, nos diálogos o vereador articularia encontros com outros empresários, para tratar da merenda escolar na cidade.

Outro lado

O advogado do vereador Renan Maracajá, Jollber Amorim, disse que vai ingressar com um habeas corpus pedindo a liberdade do parlamentar. Segundo ele, não existem fundamentos que justifiquem a prisão preventiva decretada pela 4ª Vara da Justiça Federal.

"Ele vem contribuindo com a Polícia Federal, já tendo prestado declarações. E nós entendemos que ele é primário, tem bons antecedentes e é uma pessoa pública que nunca foi preso ou processado", discorreu o advogado. Em nota, divulgada na primeira fase da Operaçao Famintos, o vereador afirmou que não possui nenhum tipo de envolvimento no suposto esquema investigado pelo MPF.

Imagem

João Paulo

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