COTIDIANO
Homem aparece morto após assassinar ex-namorada em Pilar
Ao longo do ano já são 151 as mulheres vítimas de violência e na maioria dos casos o agressor é o próprio companheiro. Secretária admite falta de delegados em toda a Paraíba.
Publicado em 12/07/2010 às 13:56
Phelipe Caldas
O mototaxista Eduardo Pereira de Brito Filho, de aproximadamente 40 anos e conhecido como 'Mosquito', apareceu morto na manhã desta segunda-feira (12) um dia depois de ter espancado até a morte a ex-namorada Maria Lúcia de Costa Nunes, de 31 anos. O crime aconteceu no município de Pilar e agora a polícia investiga se o homem foi assassinado por vingança ou se ele se suicidou.
Sobre o problema da violência contra a mulher, a secretária Douraci Vieira (Políticas Públicas para as Mulheres) admite que falta delegados para atender as mulheres em todos os municípios paraibanos e por isto é difícil manter as delegacias especializadas abertas 24 horas por dia.
O crime contra a ex-namorada aconteceu na casa de Maria Lúcia, por volta das 22h30 do domingo (11). Após uma forte discussão entre os dois, o homem usou uma barra de ferro para matar a ex-companheira.
Uma equipe do 8º Batalhão da Polícia Militar de Itabaiana foi acionada pelos vizinhos, que disseram que o culpado pelo crime era o Mosquito. As pancadas com a barra de ferro atingiram a cabeça da vítima, que teve morte imediata.
Um soldado do 8º BPM que atendeu à ocorrência descreveu que a mulher foi “brutalmente assassinada”. Os vizinhos da vítima ainda informaram que Eduardo Pereira não se conformava com o fim do relacionamento e por isso ameaçava a ex-namorada constantemente.
Os números sobre a violência contra a mulher na Paraíba assustam. Segundo dados do Centro da Mulher 8 de Março, apenas em 2010 já foram registradas 151 agressões contra a mulher. E na maioria dos casos o agressor são os próprios companheiros.
A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres do Governo da Paraíba, Douraci Vieira, declarou que tem conhecimento das estatísticas e que o Estado faz o possível para dar garantias de segurança às mulheres. Ela ponderou, contudo, que este é um problema cultural difícil de resolver e que uma das soluções seria a abertura das delegacias especiais para as mulheres 24 horas por dia.
“Atualmente isto é impossível porque não temos delegados suficientes para atender todas os 223 municípios paraibanos. É uma conta difícil de fechar e que acaba prejudicando as delegacias especiais”, admitiu. Ela pondera, contudo, que a noite, quando as delegacias das mulheres estão fechadas, a estrutura da Secretaria de Segurança fica a serviço delas.
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