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COTIDIANO

Hospital de Trauma utiliza tecnologia 3D em procedimentos cirúrgicos

Biomodelos fornecidos por laboratório da UEPB possibilitam ao cirurgião planejar, agilizar cirurgias e minimizar erros  

Publicado em 10/05/2016 às 11:43

O Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, é pioneiro no uso da tecnologia 3D em procedimentos cirúrgicos através de uma parceria com o Laboratório de Tecnologias 3D (LT3D) do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Essa parceria consistiu inicialmente no fornecimento de biomodelos – modelos impressos tridimensionalmente a partir de tomografia computadorizada em impressoras específicas.

De acordo com cirurgião buco-maxilo-facial Rafael Grotta Grempel, esses biomodelos possibilitam ao cirurgião planejar, antecipar etapas e antever dificuldades cirúrgicas, tornando o procedimento cirúrgico mais rápido e preciso, minimizando erros, diminuindo a perda sanguínea e melhorando o prognóstico, tornando a recuperação pós-operatória mais rápida, o que possibilita ao paciente retornar às suas atividades normais em um intervalo de tempo mais breve. “Com a diminuição do tempo cirúrgico conseguimos diminuir custos e aumentar a rotatividade de cirurgias, além da redução dos riscos e trauma cirúrgico para o paciente”, destacou.

O médico disse que existe ainda a possibilidade de modificações do biomodelo com o espelhamento, bastante útil em pacientes que apresentam trauma severo em apenas um lado da face. “Com o espelhamento conseguimos planejar uma cirurgia que vise devolver a simetria para o paciente”.

Usando a tecnologia a favor da saúde, os biomodelos têm contribuído para a recuperação dos pacientes politraumatizados, diminuindo a exposição deles durante a realização dos procedimentos cirúrgicos. Isso porque de acordo com a coordenadora do laboratório, Nadja Oliveira, uma cirurgia que dura em média seis horas pode ter seu tempo reduzido para 120 minutos, minimizando as possibilidades de complicações operatórias e aumentando as perspectivas de vida das vítimas de politraumatismo.

Segundo o cirurgião, outra possibilidade é a impressão de órteses e próteses em titânio, projeto já em andamento no LT3D em parceria com a Anvisa para instalação desses materiais no paciente.

No Hospital de Trauma de Campina Grande já foram realizados em torno de 40 cirurgias com o uso dessa tecnologia. Um dos beneficiados pelo protótipo foi Adriano Coutinho, 39 anos, atingido por um disparo de arma de fogo que desconfigurou o seu rosto. Ele recebeu o implante de protótipos criados pelo Nutes, que vem utilizando a tecnologia para salvar vidas.

A unidade é referência em trauma para 203 municípios da Paraíba, além de alguns municípios do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Diariamente são atendidos 250 pacientes.

Imagem

Jornal da Paraíba

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