Israel liberta cerca de 200 prisioneiros palestinos

Do G1

Israel libertou nesta segunda-feira (25) cerca de 200 prisioneiros palestinos no que diz ser um gesto de boa vontade para avançar as negociações de paz com o presidente palestino Mahmoud Abbas.

Os primeiros libertados deixaram a prisão apenas algumas horas antes de a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, chegar a Israel para uma missão de paz.

Abbas já exigiu diversas vezes que Israel libertasse alguns dos 9 mil palestinos, acusados de crimes diversos, enclausurados em prisões israelenses. O governo de Israel aprovou a libertação na semana passada.

"Não é fácil libertar prisioneiros, especialmente prisioneiros que estavam envolvidos diretamente em atos terroristas contra civis inocentes", disse Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.

O prisioneiro palestino que estava há mais tempo sob custódia, Said al-Atabeh, 57, da Frente Democrática pela Libertação da Palestina, está entre os libertados. "Essa é uma grande alegria para nossas mães e para nosso povo, mas isso ainda é um pequeno passo porque deixamos para trás milhares de prisioneiros", disse Atabeh.

Atabeh foi preso em 1977 e sentenciado à prisão perpétua após ser condenado por envolvimento em atentados que mataram uma mulher israelense e feriram dezenas de pessoas.

Centenas de palestinos receberam hoje em Ramallah, na Cisjordânia, como heróis nacionais 198 presos postos em liberdade por Israel, durante a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que pretende impulsionar as negociações de paz.

Parentes e amigos, agitando bandeiras palestinas e do Fatah e cantando hinos da resistência, deram as boas-vindas na Muqata (sede do Governo) aos presos postos em liberdade.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, recebeu pessoalmente todos os libertados, dos quais apertou a mão e abraçou ao lado do túmulo do histórico líder Yasser Arafat.

"Vejo 198 heróis. Estamos felizes por sua libertação, mas ainda temos tristeza em nossos corações, porque ainda há onze mil detidos em prisões israelenses", disse Abbas.

Houve cenas de emoção na Muqata e muitas lágrimas de alegria, com mães, esposas e filhos recebendo familiares que não viam havia anos e que não sabiam quando voltariam a ver. As famílias davam longos abraços em seus parentes libertados e os emocionados encontros davam lugar a festas, aplausos e homens que eram levantados nos ombros.