COTIDIANO
Juiz estuda transferir suspeitos para outras cidades da Paraíba
Presídios não teriam segurança para receber sete presos por estupros e mortes em Queimadas.
Publicado em 15/02/2012 às 13:34
O juiz da Vara de Execuções Penais de Campina Grande, Gutemberg Cardoso Pereira, está estudando para onde vão ser transferidos os sete adultos presos por suspeita de participação nos estupros de seis mulheres e assassinatos de duas delas em Queimadas, no Agreste paraibano. Por telefone, ele informou que já entrou em contato com diretores de penitenciárias de João Pessoa e Guarabira para avaliar a possibilidade de enviar o grupo para outras cidades.
Segundo o juiz, o Complexo Penitenciário do Serrotão, em Campina Grande, não tem condições de receber os suspeitos devido a problemas de segurança e superlotação. Eles também não podem ficar presos em Queimadas, local onde aconteceu os crimes, porque falta infraestrutura para recebê-los na cadeia pública da cidade, segundo argumentou a juíza Flávia de Souza Baptista Rocha.
Além dos sete adultos envolvidos, há três adolescentes detidos. Ele foram ouvidos e levados para o Lar do Garoto, abrigo provisório localizado na cidade de Lagoa Seca.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Civil, os crimes aconteceram em meio a uma festa de aniversário na madrugada do domingo no município de Queimadas. Os dois irmãos que organizaram o evento teriam simulado um assalto para violentar as mulheres convidadas, usando capuzes e máscara de carnaval.
Os suspeitos foram presos em um intervalo de menos de 24 horas, entre o domingo e o começo da tarde da segunda-feira (13). Os depoimentos começaram na segunda. Depois de ouvir os seis primeiros homens, a delegada de Homicídios, Cassandra Duarte, reuniu todos em um só ambiente e confrontou suas versões. Já na terça-feira, foram feitos os quatro últimos interrogatórios. Entre eles, foram ouvidos os irmãos suspeitos de premeditar o estupro coletivo.
Conforme a delegada, o plano arquitetado para abusar sexualmente das mulheres seria um 'presente de aniversário' de um irmão para outro. Das seis mulheres violentadas, duas foram assassinadas porque teriam reconhecido os agressores.
Irmãos procurados no Rio de Janeiro
Além de investigar o crime de Queimadas, a Polícia Civil também apura a participação dos irmãos em dois assassinatos ocorridos na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, assaltos e falsificações de documentos. Segundo Kelsen Vasconcelos, coordenador regional da Polícia Civil de Campina Grande, a Gerência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública paraibana solicitou informações ao órgão competente no Rio. Os dois homens são naturais do Rio de Janeiro e estavam morando há cerca de nove meses em Queimadas, onde têm parentes.
Ele explicou que o alto padrão de vida dos irmãos, com carros e motocicletas de luxo, não corresponde com o emprego e a renda que os suspeitos declararam ter, o que levantou desconfiança quanto à origem do patrimônio. A justificativa era dada por eles é de que o dinheiro teria sido enviado pelos pais.
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