COTIDIANO
Mentor diz que está marcado
Principal acusado de planejar e executar a 'barbárie de Queimadas' afirma que vai ser morto em presídio por grupo.
Publicado em 22/06/2012 às 6:30
Um depoimento marcado por momentos que se alternaram entre emoção, frieza, riqueza de detalhes e várias negativas. Foi assim que durante mais de uma hora e vinte minutos o homem apontado pela polícia como sendo o mentor da ‘Barbárie de Queimadas’, o estupro coletivo que terminou com cinco mulheres abusadas e duas assassinadas, comportou-se em seu interrogatório diante do Poder Judiciário, na última segunda-feira, no fórum da cidade de Queimadas, no Agreste.
Eduardo dos Santos Pereira mais uma vez negou que tenha planejado os estupros e executado a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos, no dia 12 de fevereiro deste ano. Durante o depoimento, ele revelou que estaria marcado para morrer dentro da penitenciária de segurança máxima PB1, em João Pessoa, onde está detido desde que foi preso, um dia depois dos crimes. Segundo o acusado, o grupo de extermínio que existiria em Queimadas estaria por trás do plano de execução.
“Eu sei que essa é minha última audiência. Eles queriam me matar uns 15 dias antes da festa. Tem muita gente grande envolvida nisso. É gente que aponta e gente que vai lá e mata. Só que o plano deles deu errado no dia da festa”, disse Eduardo, ao ser interrogado na última segunda-feira, acrescentando que todo o seu patrimônio teria sido conquistado de forma lícita e teria despertado a atenção e a cobiça do grupo de extermínio.
A revelação foi feita na presença da juíza da cidade de Queimadas, Flávia Baptista, e do promotor do município, Márcio Teixeira, além de advogados de defesa do réu e assistentes de acusação. As informações sobre a suposta existência do grupo de extermínio, relatadas por Eduardo dos Santos, estão sendo investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. Na última segunda, foram ouvidos os sete maiores acusados de envolvimento nos crimes.
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