COTIDIANO
MP vai entrar com ação contra os bancos para combater explosões
Objetivo é adotar medidas de combate aos ataques com o uso de explosivos e para inibir assaltos. Paraíba lidera ranking de roubos explosivos no Nordeste.
Publicado em 24/02/2011 às 8:41 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:32
João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba
O Ministério Público vai ingressar nos próximos dias com uma ação na Justiça solicitando a adoção de medidas de combate aos ataques praticados por bandidos com o uso de explosivos e para inibir assaltos na Paraíba, por parte das agências bancárias. O objetivo é barrar a série de ataques registrados no Estado desde o ano passado e dificultar a prática dos crimes.
Este ano a Paraíba lidera o ranking do Nordeste na incidência de roubos com explosivos, com 13 ações. Em contrapartida, a Secretaria de Segurança Pública pretende criar um ‘esquadrão’ especializado para investigar os casos.
A revelação sobre a ação do MP foi feita na quarta-feira (23) pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Oswaldo Trigueiro do Vale, em entrevista durante o I Fórum Intermunicipal de Segurança Pública do Estado da Paraíba, realizado no Convento Marista na cidade de Lagoa Seca, no Brejo paraibano. “Estamos programando para os próximos dez ou quinze dias uma iniciativa por parte do Ministério Público na área civil, de provocação aos bancos, para que a gente possa ter algum tipo de atitude dos bancos na prevenção desses ilícitos”, observou o procurador.
Juntamente com a ação, o Ministério Público também pretende reunir representantes das Câmaras Municipais de Vereadores dos 223 municípios do Estado, para sugerir a adoção de leis que obriguem os bancos a instalar equipamentos de segurança, dentro e na parte externa das agências, como forma de inibir as ações dos criminosos. A ideia é que as instituições equipem todas as agências e postos de atendimentos com tecnologias capazes de dificultar os ataques, ou que possam ajudar a polícia na identificação dos bandidos.
No evento o secretário-executivo de Segurança Pública do Estado, Raimundo Silvany, lembrou que 25 pessoas já foram presas no Estado acusadas de envolvimento com as quadrilhas, e três morreram em confrontos com as polícias, no decorrer das investigações.
“Já fizemos três reuniões com os bancos. Os banqueiros querem lucros e não estão preocupados com pequenas montas. Os bancos estão de braços cruzados e não querem atender às reivindicações nossas e esse é um problema social, porque quando um banco é explodido causa problema para toda uma comunidade. Os bancos têm de ser chamados a responsabilidade”, defendeu Silvany.
A última explosão a banco registrada na Paraíba aconteceu na cidade de Cabaceiras, no Cariri do Estado, no dia 15 deste mês. Segundo a polícia, cerca de oito homens chegaram à cidade em dois carros e instalaram dinamites em dois caixas eletrônicos da agência do Banco do Brasil.
Participaram do I Fórum Intermunicipal de Segurança Pública da Paraíba autoridades religiosas, do Poder Judiciário, da área de segurança pública e representantes da sociedade civil paraibana; além do chefe de reportagem da Globo Nordeste, jornalista Bio Antero. Evento foi coordenado pelo promotor da Infância e Juventude Hebert Targino.
O evento teve como objetivo principal a busca pela construção de uma visão que passa pelo fato de que combater a violência só é possível através da produção de políticas públicas na área da assistência social, na área da saúde e na área da educação, também deverá mostrar a necessidade da criação de políticas de segurança pública preventiva.
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