COTIDIANO
MPF pede que Ministério assuma distribuição de remédios na PB
Recomendação enviada ao Ministério da Saúde pede também que sejam suspensos os repasses federais para o programa de entrega de remédios excepcionais no Estado.
Publicado em 05/05/2011 às 17:20 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:31
Com assessoria MPF
O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF) divulgou nesta quinta-feira (5) uma recomendação que foi enviada ao Ministério da Saúde pedindo que o mesmo suspenda os repasses federais para o programa de distribuição de medicamentos excepcionais no Estado e assuma o fornecimento dos medicamentos que estiveram em falta nos últimos três meses. O órgão recomendou ainda que o Ministério envie uma equipe de auditoria para apurar as irregularidades que levaram à situação caótica na dispensação de medicamentos na Paraíba.
A Recomendação nº 26/11 foi encaminhada à Secretaria de Atenção à Saúde em 16 de abril de 2011 e tem um prazo de 30 dias para atendimento. “A situação dos pacientes é desesperadora”, afirmou o procurador da República Duciran Farena. “O fato de que nem sequer liminares, em ações movidas individualmente pelos pacientes, têm sido atendidas mostra o quadro de absoluto caos na Saúde do estado”.
O secretário de Saúde, Waldson de Sousa, foi intimado para estar presente em audiência realizada no dia 13 de abril de 2011, com o objetivo de tratar de diversas pendências, dentre as quais a falta de medicamentos excepcionais, mas ele não compareceu. Os representantes compareceram tardiamente e foram alertados de compromissos descumpridos.
Conforme o procurador Duciran Farena, a Secretaria de Saúde vem descumprindo vários compromissos assumidos em reuniões anteriores. “Em audiência realizada em 28 de fevereiro de 2011, face às alegações de irregularidades cometidas pela gestão anterior, requisitamos ao então Secretário de Saúde documentação comprobatória das providências adotadas em razão desses fatos (sindicâncias, averiguações, inquéritos etc). Até hoje a Secretaria nada apresentou, ficando na difícil situação daquele gestor que credita as mazelas presentes à gestão anterior, mas nada faz para responsabilizar aqueles a quem acusa de haver dado causa aos problemas atuais”.
Duciran Farena ainda explica que não haverá prejuízo aos pacientes pela suspensão dos repasses federais, porque a União assumiria o fornecimento dos medicamentos em falta até a conclusão da auditoria e regularização da situação.
“Independentemente do repasse de recursos federais, a obrigação do estado permanece a mesma. Se não conseguem ou não querem fazer a coisa direito, não há sentido que a União continue a repassar recursos se o medicamento não chega ao paciente”.
O MPF aguarda decisão da Justiça Federal referente a duas ações civis públicas propostas para regularizar o fornecimento de medicamentos excepcionais na Paraíba.
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