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COTIDIANO

O amor aos Beatles não combina com o voto em Bolsonaro

Publicado em 24/10/2018 às 9:14 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:37

All you need is love
All you need is love All you need is love, love, love
Love is all you need


				
					O amor aos Beatles não combina com o voto em Bolsonaro

Feliz Natal! A guerra acabou! - diziam os cartazes que John Lennon e Yoko Ono mandaram afixar em grandes cidades do mundo.

Um pouco antes, John já cantara: Dê uma chance à paz!

John Lennon foi assassinado aos 40 anos num país onde é muito fácil comprar armas de fogo.

Paul McCartney é vegetariano. Cidadão engajado nas lutas em defesa dos animais.

Pacifista que deu as mãos ao Greenpeace e aos temas ambientais que afligem milhões de pessoas.

O ébano e o marfim - diz a canção - são harmônicos em sua vida tal como nas teclas do seu piano.

Dê-me amor, dê-me paz na Terra - cantava George Harrison, o beatle místico.

Os dedos em "V", peace and love - é como Ringo Starr é visto até hoje em suas aparições públicas.

Os quatro Beatles são grandes figuras do seu tempo.

Sua música vem de longe - dos anos 1960 - e sobrevive no século XXI.

As melodias que compuseram.

As letras que escreveram.

As ideias que difundiram.

A liberdade de criação que levaram para o universo da canção popular.

A abordagem dos grandes temas de uma geração.

No mundo do pop/rock, há poucos como eles.

Ou melhor: não há ninguém.

A música dos Beatles pertence ao planeta.

A música dos Beatles pertence aos homens humanos.

A música dos Beatles é cheia de generosidade, de amor, de compreensão, de harmonia, de paz, de beleza, de poesia.

A música dos Beatles rejeita a violência, o racismo, os preconceitos, a intolerância.

A música dos Beatles confirma a crença num mundo melhor.

Custo a acreditar - por ser contradição profunda - que fãs ardorosos dos Beatles estejam declarando voto em Bolsonaro.

Mas estão.

Imagem

Silvio Osias

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