COTIDIANO
ONU condena governo sírio
O Conselho composto por 47 membros analisou ontem à tarde a proposta de resolução apresentada pela União Europeia
Publicado em 03/12/2011 às 8:00
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou ontem em Genebra uma resolução condenando o regime do ditador Bashar al Assad pelas "grosseiras e sistemáticas" violações perpetradas por suas forças de segurança desde março, quando os protestos pela renúncia do líder começaram.
Desde então mais de 4.000 pessoas já morreram, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
O Conselho composto por 47 membros analisou ontem à tarde a proposta de resolução apresentada pela União Europeia. O texto foi aprovado por 37 países. Quatro votaram contra (China, Rússia, Equador e Cuba) e seis se abstiveram (Angola, Bangladesh, Camarões, Índia, Filipinas e Uganda).
Embora tenha apoiado a realização de uma sessão extraordinária para discutir o relatório que revelou crimes contra a humanidade na Síria, o Brasil não teve direito a voto durante a análise da resolução por não ser membro do Conselho neste momento, confirmou o Itamaraty.
Entre as violações identificadas pelas Nações Unidas estão execuções (incluindo crianças) e sérios crimes contra a humanidade. Ontem, a alta comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que o país se encontra em estado de guerra civil.
"Ações apropriadas"
Aumentando a pressão sobre o regime sírio, a resolução pede que os principais órgãos da ONU considerem o relatório apresentado nesta semana que revelou crimes contra a humanidade e "tomem ações apropriadas".
Além disso, um posto especial de investigador de direitos humanos sobre a Síria foi criado pelo Conselho para que haja um monitoramento constante da situação no país.
O embaixador da Síria para a ONU em Genebra, Faysal KhabbazHamoui, disse que a resolução foi "politizada", teve como objetivo "fechar portas" e pediu que todos os países votassem contra.
Os EUA, que votaram a favor, viram os resultados com bons olhos. "Definimos o cenário de uma forma muito significativa para uma forte ação da ONU se outras entidades escolherem aproveitar esta oportunidade", disse a embaixadora dos EUA no órgão, Eileen Chamberlain Donahoe.
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