VIDA URBANA
113 mil ainda estão fora do programa Bolsa Família
Atualmente R$ 499,6 mil famílias são beneficiadas pelo programa no Estado.
Publicado em 10/06/2012 às 8:00
Enquanto algumas pessoas preferem a informalidade para burlar as regras do Bolsa Família e ganhar mais dinheiro, 113 mil famílias paraibanas em situação de pobreza extrema continuam fora do programa. Cada Estado tem uma cota determinada e a Paraíba opera atualmente próximo ao limite. Nesse contexto, quem conseguiu melhorar a renda e mesmo assim continua recebendo o benefício acaba impedindo que mais pessoas em situação de miséria sejam atendidas.
A estimativa é da coordenação estadual do Bolsa Família, com base no cruzamento dos dados entre o cadastro do programa e os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Censo 2010, o Estado possui cerca de R$ 613 mil famílias abaixo da linha da miséria, ou seja, com renda mensal inferior a R$ 70 por pessoa. Atualmente R$ 499,6 mil famílias são beneficiadas pelo programa no Estado.
Os gestores do Bolsa Família na Paraíba afirmam que a população precisa se conscientizar sobre o foco do programa, que é o combate à miséria. “Infelizmente muitas pessoas ainda ficam de fora porque não cabe todo mundo e tem casos onde quem já tem uma renda superior não declara. É preciso que, no momento da entrevista, o beneficiário use da honestidade para não prejudicar outras pessoas, impedindo que quem está numa situação de maior vulnerabilidade seja atendido”, conta Helenória Melo.
A dificuldade de acesso a moradores de áreas mais isoladas também contribui para que cidadãos que estão abaixo da linha da pobreza extrema fiquem de fora do programa. O problema ocorre em todo o Brasil, com pelo menos 3 milhões de pessoas em situação de miséria ainda fora do cadastro do governo.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome apontam que o Programa Bolsa Família atende atualmente 13 milhões de beneficiários, enquanto ainda existem 16 milhões de pessoas em todo o país vivendo com menos de R$ 70 por mês. Com o Plano Brasil Sem Miséria, a meta é conseguir cadastrar e atender todo esse contingente até 2014. “Estamos adotando uma postura pró-ativa, buscando ampliar o cadastramento”, garante Helenória.
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