Ação faz exames gratuitos em caminhoneiros

Para garantir a integridade dos profissionais que transportam a maior parte das cargas que são consumidas no país, cerca de 110 caminhoneiros foram atendidos ontem na BR-230, no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), distrito de Santa Terezinha, em Campina Grande, onde o Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest-Senat) realizou desde as 8h até as 15h o Comando de Saúde. A ação contou com a parceria do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Campina Grande (Cerest-CG), órgão da Secretaria Municipal de Saúde.

A movimentação acontece quatro vezes por ano em todo o Brasil e ontem, Campina Grande e outras 17 cidades do país tiveram o Comando de Saúde, que ocorre desde 2006, e já atendeu 80 mil caminhoneiros, conforme informou a coordenadora de promoção social do Sest-Senat, Vanda Farias.

A escolha das cidades é aleatória e oferece serviços de assistência fisioterapêutica, nutricional, psicológica, retirada de cartões do Sistema Único de Saúde e cortes de cabelo de maneira gratuita para os condutores de veículos pesados.

Para ajudar a manutenção do atendimento no decorrer do Comando de Saúde, são firmadas parcerias com universidades e unidades especializadas em segurança do trabalhador, como o Cerest-CG, que pela primeira vez participou da atividade e ofereceu exames de aferição da pressão arterial, glicemia, massa corporal, capacidade visual e auditiva, força manual e nível de sonolência.

O caminhoneiro Roberto Carlos Pereira, 47 anos, conduz cargas para todo o Brasil há quase três décadas e afirma que costuma participar de todas as atividades neste sentido que acontecem durante suas viagens. “Eu sei que tenho uma vida sedentária, minha única atividade é conduzir o caminhão, então, sempre que estou 'no trecho' e acontece uma atividade assim, seja nos postos da PRF, ou mesmo em postos de gasolina, costumo perder algumas horas para ganhar alguns anos de vida”, brinca Roberto.

Natural de Caruaru (PE), o caminhoneiro diz que realiza exames periódicos para evitar que desenvolva problemas de saúde. “Mesmo longe de casa, quem sustenta minha família sou eu, então preciso me cuidar. Se eu brincar com minha saúde, pode faltar alimento e escola para meus filhos. Então, em qualquer lugar onde eu estiver, a cada três meses procuro um laboratório para fazer uma bateria de exames, posso estar acima do peso, mas todas minhas taxas estão normais”, afirma Roberto Carlos, que pesa 112 quilos.

O motorista disse que se preocupa com o sono e dorme aproximadamente nove horas por dia, mas diz nunca ter tido cuidados com sua alimentação, devido à rotina intensa de viagens que não o permite de realizar suas refeições sempre em locais conhecidos. “Certamente em viagens a locais que eu já visitei e em um restaurante que já conheço, costumo voltar, mas é comum ir a certos restaurantes ou lanchonetes que frequentei anteriormente e encontrá-los fechados, então temos que procurar pontos novos e, vez por outra, nessas extravagâncias a gente acaba se alimentando de maneira errada, inclusive quando contei isso ao nutricionista que me atendeu aqui, ele me deu uma bronca e orientou a passar a cozinhar minhas refeições, o que é um caso a se pensar”, prometeu Roberto Carlos Pereira.