Alunos não começam ano letivo em Bayeux

Mais de mil estudantes matriculados na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Engenheiro Dávila Lins, no município de Bayeux, não iniciaram o ano letivo na última quarta-feira. Segundo o diretor da escola, Marcos Paredes, o motivo é uma reforma que teve início em 2012 e que ainda não foi concluída. A assessoria da Secretaria de Educação Estadual (SEE) informou que, apesar do atraso, os alunos não sofrerão prejuízos.

Williane Alves vai cursar o 2º ano do ensino médio este ano na Escola Dávila Lins. De acordo com a estudante, no último ano a escola esteve fechada e os alunos tiveram aulas em três diferentes instituições, o que causou constrangimento a grande parte dos alunos. “A gente chegava na outra escola e às vezes eles não deixavam a gente entrar, ficávamos no sol e na chuva, porque achavam que a gente ia fazer baderna, quando a gente queria estudar”, afirmou.

A estudante relatou que o pior problema era o desconforto de estar em um ambiente diferente da sua escola. “A gente não ficava à vontade porque é muito chato estar na escola dos outros. A gente se sentia excluída, fora que era mais longe pra gente”, disse.

Segundo uma professora da escola, que não quis se identificar, a reforma trouxe diversos prejuízos para o alunado bem como para o corpo docente. A professora relatou que a escola, antes do período de reforma, possuía aproximadamente 1.500 alunos e hoje em média mil alunos estão matriculados na escola, 500 a menos. Esses alunos desistiram ou se transferiram para outras escolas.

A professora disse, ainda, que os docentes também sofreram prejuízos com a reforma, pois alguns sofreram uma diminuição de carga horária e, da mesma forma, uma queda nos seus salários.

O diretor da escola, Marcos Paredes, explicou que professores e funcionários se reuniram no intuito de modificar a realidade vivenciada pela escola no ano de 2013. “No ano passado as aulas começaram tardiamente e nós dividimos nosso alunado entre três escolas. Esse ano, decidimos que só vamos iniciar as aulas aqui na nossa escola. Por isso o nosso ano letivo não teve início na quarta-feira. Nós iniciaremos apenas em março”, acrescentou.

Paredes informou que será feito um calendário especial para repor as aulas perdidas pelos alunos.

“Nós terminamos o ano letivo de 2013 em 25 de janeiro de 2014. Então este ano nós faremos da mesma forma, vamos fazer um calendário especial para que, quando chegarmos ao fim do ano, tenhamos todos os dias letivos cursados”, afirmou.

O chefe da Divisão de Construção e Conservação da Suplan, Edmilton Nunes, informou que aproximadamente 50 escolas da Grande João Pessoa estão passando por reformas ou obras de reestruturação. Segundo Edmilton, a escola Dávila Lins possuía danos maiores que os imaginados no início da reforma e também teve alguns problemas com a empresa responsável pela obra, mas uma parte já está concluída, o que possibilitará o início das aulas neste ano de 2014.

A assessoria de comunicação da SEE informou que a Escola Estadual Dávila Lins teve suas turmas divididas entre outras escolas no ano passado, mas isso não trouxe nenhum prejuízo para a instituição. Com relação ao atraso deste ano, a assessoria informou que será elaborado um calendário especial para garantir o cumprimento dos 207 dias letivos estipulados na Lei de Diretrizes e Bases. Assim sendo, nenhum aluno será prejudicado e a SEE fará o acompanhamento das atividades para garantir o cumprimento do calendário.