VIDA URBANA
Romero Rodrigues cancela contrato com Aliança para São João de Campina Grande
Cancelamento do contrato foi motivado pelas investigações da Operação Fantoche.
Publicado em 27/02/2019 às 10:51 | Atualizado em 28/02/2019 às 7:39
O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (27) que a Aliança Comunicação e Cultura LTDA não vai mais organizar o São João da cidade. O cancelamento do contrato foi motivado pelas investigações da Operação Fantoche, que prendeu e bloqueou bens dos dirigentes da empresa por determinação judicial.
O prefeito disse que consultou técnicos da administração municipal e também o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) para tomar a decisão de cancelamento do contrato. A rescisão do contrato foi oficializada na terça-feira (26), e já foi publicada no Semanário Oficial de Campina Grande.
“Estamos buscando de forma mais legal, viável e rápida possível, a solução para o São João de Campina Grande versão 2019. Poderia, em função das circunstâncias, usar do argumento da urgência e fazer uma contratação com quem quer seja. Mas não estamos buscando a solução por esse modelo”, disse Romero.
Agora, a prefeitura vai firmar um contrato emergencial e Romero destaca que tem pouco tempo para viabilizar a estrutura e contração de atrações. Com isso, vai ser realizado um pregão presencial e a empresa vencedora deve ser anunciada no dia 14 de março. Mesmo que o pregão não dê certo, o prefeito diz que a festa está mantida para o período entre 7 de junho e 7 julho.
Os homenageados da festa este ano são Elba Ramalho, que faz show com convidados no dia 23 de junho, e Jackson do Pandeiro, cujo centenário é comemorado em 2019. Também estão na programação os shows de Aviões do Forró na noite de abertura e Wesley Safadão no encerramento. O encaminhamento dos contratos deve seguir como vinham sendo feitos pela Aliança, agora com a nova empresa que vai assumir a festa.
Operação não tem relação com Campina Grande
Romero diz que as denúncias que motivaram a operação não têm nenhuma relação com o São João de Campina Grande. “O que tenho a falar sobre a Aliança é de que o serviço foi de extrema qualidade e que o evento cresceu em tamanho e atraindo mais público”, declarou.
“A gente agradece de coração [à Aliança] pelos serviços prestados à cidade, mas infelizmente, em função das circunstâncias, fizemos a nossa opção, a opção que recomendou a nossa consciência. Nem por conta disso vou atirar pedra em quem quer que seja, cabe a ela exercer seu direito de defesa. A decisão da prefeitura já está tomada e publicada”, disse o prefeito.
Contrato era de quase R$ 3 milhões
A prefeitura de Campina Grande tinha renovado o contrato com a empresa Aliança para promover o São João de 2019 por R$ 2,99 milhões. O extrato do convênio foi publicado no Semanário Oficial do Município. O documento foi assinado pela secretária de Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, e o diretor da Aliança, Luiz Otávio Gomes. Este foi preso na Operação Fantoche, deflagrada pela Polícia Federal.
Apesar do problema com a empresa, o prefeito avalia que o modelo do São João através de parceria com empresas privadas gerou economia para os cofres da prefeitura. Pois, anteriormente a administração municipal investia cerca de R$ 9 milhões, e agora gasta R$ 2,9 milhões “Nem tudo é perfeito, que não precise se ajustar ou melhorar. Foi o melhor modelo, que trouxe economicidade”.
Na Operação Fantoche, deflagrada na semana passada a empresa Aliança foi acusada de usar empresas de fachada para desviar público, por meio de convênios com o Sistema S. Pelo menos 60% do arrecadado pela Aliança, segundo a Polícia Federal, vinham dos contratos suspeitos.
Empresa lamenta
Em nota, a empresa disse lamentar a decisão da prefeitura e agradeceu aos patrocinadores e à própria prefeitura. Segundo a Aliança, sua gestão gerou economia de R$ 12 milhões e as festas que geriu terminaram com as contas pagas. "Reforçamos, ainda, que todos os nossos projetos passam por auditorias internas e externas, sem qualquer tipo de restrições", destaca.
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