VIDA URBANA
Atendimento vira caso de polícia
Polícia foi acionada por familiares de pacientes que estavam sem atendimento no Hospital de Patos; delegado constatou falta de médicos.
Publicado em 19/04/2013 às 6:00
No último domingo, o atendimento médico no Hospital Regional de Patos virou caso de polícia. Pessoas que foram socorridas por ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levadas para o HRP precisaram ser encaminhadas para hospitais de Campina Grande. No hospital de Patos não havia médicos cirurgiões, as equipes do Samu não puderam deixar os pacientes e as ambulâncias se aglomeraram em frente ao hospital até que o delegado de polícia da cidade determinou o encaminhamento para Campina.
Familiares procuraram a delegacia de Polícia Civil da cidade para denunciar a falta de médicos. Os casos foram recebidos pelo delegado Edson Pedrosa, que se deslocou até o HRP, onde conversou com os médicos de plantão que informaram que não são cirurgiões. O delegado constatou a não existência de escala médica, que deveria estar exposta na unidade hospitalar, e por fim recomendou o encaminhamento de pacientes para Campina.
O delegado Edson Pedrosa ainda se deslocou até o Samu e deixou claro que o boletim de ocorrência não isenta ninguém de responsabilidade, mas informa e oficializa a situação. Ressaltou ainda que está havendo uma irresponsabilidade da direção do Hospital Regional de Patos, que teria garantido aos médicos que a escala estaria completa.
Segundo o delegado Pedrosa, no último sábado, já teria acontecido uma situação preocupante. Um policial teria utilizado uma arma para assegurar o atendimento a um familiar. “Foi uma ação de desespero em ver alguém precisando de socorro e não conseguir atendimento”, declarou o delegado.
O diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, que esteve em Patos na noite de quarta-feira, disse que a interdição da UTI do Hospital Regional da cidade foi adotada em consequência da falta de escala médica, acrescentando que no período de 14 a 16 de abril (entre domingo e quarta-feira desta semana) os pacientes graves ficaram praticamente descobertos.
Ele disse ainda que a situação no HRP é caótica. “Nas áreas vermelha e amarela do hospital os espaços são desprovidos de privacidade e de banheiro. No local, pacientes em situações graves permanecem horas e até dias aguardando atendimento.
Há ainda falta de vagas na UTI que deveria ter pelo menos dez leitos e continua com apenas seis”, enumerou o diretor do CRM.
Outra deficiência é de profissionais da parte clínica. (Colaboraram Jaine Alves, Damião Lucena e Luzia Santos)
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