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VIDA URBANA

Auxílio-doença é o que apresenta mais recursos

Conselho de recursos teve 159.213 casois em três anos. Por mês são 300 perícias em João Pessoa.

Publicado em 20/05/2012 às 13:46


As dores constantes nos punhos começaram a se intensificar e a manicure Josefa Cláudia de Lima Andrade não conseguiu mais trabalhar no salão. Ela até se esforçava, mas atendia duas ou três clientes e pedia para ir embora, muitas vezes com inchaço na região acima das mãos. Como pagava a Previdência, foi orientada a entrar com pedido de aposentadoria por invalidez, uma vez que o problema de saúde a impedia de realizar sua atividade habitual.

Na esperança de resolver a situação, a manicure foi até uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Passei pela perícia médica que me considerou apta a receber o benefício”, afirma. Josefa pensava que estava tudo resolvido, mas dias depois, quando retornou à agência, recebeu a informação que o pedido de aposentadoria por invalidez tinha sido indeferido porque ela tinha pagamentos em atraso no carnê da Previdência. “Pagava o carnê porque não trabalhava de carteira assinada e sabia que poderia precisar”, conta.

Mesmo disposta a pagar o débito pendente, a manicure só pode requerer novamente o benefício no próximo mês de agosto. Até lá, se sente obrigada a trabalhar. “Tenho que sustentar minha família, não posso simplesmente largar o trabalho. Mesmo com as dores, vou tentar superar meus limites até conseguir o benefício. Só vou rezar para que esse dia chegue o mais rápido possível”, comenta. O maior número de recursos no Conselho de Recursos da Previdência Social é referente aos pedidos de auxílio-doença, que foi de 159.213.

De acordo com o chefe de Benefícios do INSS em João Pessoa, Rogério da Silva Oliveira, são realizados cerca de 300 atendimentos de perícia por mês, só na gerência da capital.

Quando os médicos indeferem o pedido do segurado, geralmente causa insatisfação de quem procura o serviço. “O que caracteriza o direito ao benefício é a incapacidade para continuar trabalhando na atividade, mas nem sempre isso acontece. A pessoa pode estar doente, mas não incapaz, e isso gera a incompreensão”, declara. Vale lembrar que é possível recorrer do parecer médico. “Existem muitos casos de recursos, porém, a grande maioria é corroborada na junta médica, que mantém as decisões dos médicos peritos”, confirma.

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Jornal da Paraíba

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