VIDA URBANA
Campina Grande realiza mais de 700 amputações por ano
Estimativas alarmantes são dos hospitais Universitário Alcides Carneiro e Trauma.
Publicado em 15/02/2015 às 8:00 | Atualizado em 22/02/2024 às 11:34
Receber a informação de que é preciso amputar algum membro não é vista de forma positiva pelas pessoas que necessitam se submeter a esse procedimento. Em Campina Grande, uma média de 720 amputação são realizadas por ano, com base nos dados repassados pelo Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes e pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro. Segundo o cirurgião vascular do Hospital de Trauma Cristiano Cruz, são feitas 50 amputações mensais na unidade hospitalar. Já no HU a estimativa mensal é de dez cirurgias desse tipo.
O diretor do Hospital de Trauma, Geraldo Medeiros, diz que o alto índice de amputações no hospital é decorrente de complicações de doenças vasculares, como a diabetes e acidentes. “Além disso, o Trauma funciona com um plantão de 24 horas de cirurgia vascular, sendo uma referência na região. O volume de pacientes com essas patologias é tão grande que implica nesse número de amputados” explicou. No Hospital Antônio Targino e no João XXIII também são feitas amputações, mas em menor proporção e os números não foram divulgados pelos hospitais. Na Secretaria de Saúde de Campina não há registros de quantas amputações são feitas no município.
Para garantir que as pessoas que possuem algum membro amputado tenham acesso a próteses ortopédicas que deem a elas uma melhor qualidade de vida, o Sistema Único de Saúde (SUS) faz a concessão desse e de outros equipamentos como muletas e cadeiras de rodas, mediante cadastro feito nas secretarias de Saúde municipais. Em Campina Grande, foram distribuídas mais de 100 próteses no ano passado, segundo a assistente social do setor de ações assistenciais em saúde, Cacilda da Silva.
“Fazemos a concessão desses equipamentos de acordo com as necessidades dos pacientes. Eles se dirigem ao serviço social da secretaria de saúde para fazer a solicitação e nós verificamos a situação deles. Realizamos as visitas domiciliares e acompanhamos os casos para ver como ajudar”, disse a assistente social. Para fazer o cadastro, é preciso levar o laudo médico de um especialista, a xerox dos documentos pessoais, um comprovante de residências e o cartão do SUS.
Após receber esse benefício, essas pessoas são encaminhas para o Centro de Referência em Atenção ao Portador de Necessidades Especiais da Paraíba (Cranesp), que funciona no Hospital Dr Edgley, onde é realizado o processo de reabilitação, através de fisioterapia. “O amputado vem e nós trabalhamos a parte de reabilitação e adaptação das próteses, dependendo da fase em que o paciente esteja. Eles são atendidos por fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais que fazem atendimento individualizado deles”, frisou o coordenador do Cranesp, Luciano Medeiros. (Especial para o JP)
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