Campina Grande registra 143 assaltos a postos de combustíveis apenas este ano

O ambiente de trabalho, onde as pessoas também deveriam sentir-se seguras e protegidas, muitas vezes acaba sendo um lugar de vulnerabilidade, no qual elas estão totalmente expostas à violência. Prova disso foi o caso da frentista Mikaene Tavares de Araújo, 21 anos, que foi sequestrada após três bandidos assaltarem o posto de combustíveis em que ela trabalha no bairro do Ligeiro, em Campina Grande, elevando para 143 o número de assaltos contra postos de combustíveis registrados este ano na cidade, segundo o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis (Sindrev). Esse número representa 67,4% dos casos registrados no ano passado, onde foram somados 212 ataques pelo sindicato. De janeiro de 2009 até a última quinta-feira 947 ocorrências desse tipo foram registradas em Campina Grande.

Durante a ação na noite da última quinta-feira (23), a frentista e pelo menos outras quatro pessoas saíram feridas após a troca de tiros entre os policiais e os bandidos. Segundo informações da Polícia Militar, durante a fuga os acusados 'furaram' o bloqueio policial, o que resultou em uma longa perseguição. No entanto, a polícia conseguiu alcançar os suspeitos, que foram presos em flagrante. As vítimas foram socorridas para o Hospital de Trauma de Campina Grande e passam bem.

Foram presos Victor Pereira de Farias, 19 anos, Cosme Medeiros de Lucena, 34 anos, e Edvaldo Amaro da Silva, 19 anos, sendo que este último foi ferido por um tiro na perna e teve uma grave fratura na tíbia. Os acusados chegaram a usar a frentista Mikaene Tavares como escudo humano durante o confronto com a polícia. As outras três pessoas feridas – um homem e duas mulheres - foram vítimas de balas perdidas quando estavam passando pela rua, em um veículo Corsa, segundo informou a Polícia Civil.

Ainda de acordo com a polícia, entre os suspeitos Cosme Medeiros é considerado o mais perigoso, pois já foi preso acusado de homicídio e chegou a cumprir uma pena de 11 anos, mas estava em liberdade havia quase três anos. Já o acusado Victor Pereira foi apreendido em flagrante, quando era adolescente, com uma arma de fogo, conforme o banco de dados da Polícia Civil.

O que diz o Sindicato
O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis (Sindrev) de Campina Grande disse que a categoria está indignada não apenas pelo caso ocorrido na última quinta-feira, mas também por causa dos constantes assaltos. “Essas ações nos deixam indignados, não somente como empresários, mas como cidadãos. Os números estão se acumulando ano após ano, sem freio, e que nos deixa uma sensação de impotência. Os bandidos não têm um critério. Todos os tipos de estabelecimentos estão sendo atacados. Não há garantia de segurança em lugar nenhum e o que mais preocupa é o aumento da violência, como esse sequestro”, disse. Ao todo, Campina Grande possui 50 postos de combustíveis, incluindo os que ficam nas rodovias. (Especial para o JP)