Carro-pipa abastece 49% das cidades

Em seis meses, o número de municípios atendidos por carros-pipa aumentou em 19,7% na Paraíba. Até janeiro de 2012, o serviço, coordenado pelo Exército Brasileiro, abastecia 91 das 223 cidades do Estado. No entanto, esse número subiu para 109, segundo dados divulgados ontem por militares do Exército Brasileiro. A ampliação foi causada pela estiagem e se concentrou, principalmente, nas regiões do Sertão e Curimataú, que não registram chuvas desde o começo do ano.

Com esse crescimento, sobe para 49% o percentual de municípios que integram a lista de locais que dependem, exclusivamente, da água levada pelos caminhões. Ontem, representantes da prefeitura e da Coordenadoria da Defesa Civil dessas cidades se reuniram no quartel do 15º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMTz), em João Pessoa, para discutir a situação.

Segundo o comandante do 15º BIMTz, coronel Reinaldo Salgado, o objetivo do encontro foi fazer ajustes nos trabalhos e melhorar a assistência prestada por carros-pipa. “Nossa intenção é saber, por exemplo, se o abastecimento está adequado, se está contemplando a necessidade da população e se há necessidade de ampliação ou redução”, explicou o oficial.

A reunião durou três horas e foi realizada a portas fechadas. A imprensa não teve acesso. Na Paraíba, o abastecimento feito por carros pipas é coordenado por três instituições militares. Além do 15º BIMtz, participam dos trabalhos as equipes do 16º Regimento de Cavalaria Mecanizada, localizado em Bayeux; e do 31º Batalhão de Infantaria Motorizado, situado em Campina Grande.

Quase 300 caminhões são usados nos serviços.

Só o 15º BIMtz é responsável por abastecer 28 municípios e atender a 60 mil pessoas. Só para esse grupo de habitantes, foram contratados 50 carros-pipa. Segundo o coronel Salgado, o número de cidades atendidas neste ano está maior em relação a 2011, quando os militares do 15º prestavam o serviço a 18 municípios e atendiam 33.526 pessoas. Trinta e oito caminhões eram usados nas atividades, no ano passado.

Apesar desse crescimento, a previsão é que os trabalhos sejam reduzidos nos próximos meses. O motivo é que a área contemplada pelo 15º BIMTz fica nas regiões próximas a Campina Grande, no Agreste Paraibano, que estavam enfrentando seca no começo do ano. No entanto, essa situação melhorou. Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), nessa localidade, ao contrário do Sertão e Curimataú, estão ocorrendo chuvas moderadas há cerca de dois meses.

Apesar do volume pluviométrico ainda não ter sido suficiente para suspender o abastecimento feito pelos militares, há a expectativa de que o trabalho seja, pelo menos, reduzido nos próximos dias.

“Por conta das chuvas, muitas cisternas estão cheias. Por isso, acredito que haverá uma redução na distribuição da água, mas essa decisão deve ser tomada pelas instâncias superiores do Exército. Enquanto isso não ocorre, continuaremos com o abastecimento”, disse o coronel.