VIDA URBANA
Casos de hanseníase aumentam na Paraíba
Números mostraram que a incidência da doença está aumentando na Paraíba; no ano passado 728 novos casos foram diagnósticados.
Publicado em 17/01/2013 às 6:00
De janeiro a dezembro do ano passado, 728 novos casos de hanseníase foram diagnosticados na Paraíba, segundo dados do sistema DataSUS, mantido pelo Ministério da Saúde. Com isso, o Estado apresentou a sexta maior quantidade de casos detectados no Nordeste em 2012.
As notificações feitas no território paraibano ficaram acima das encontradas em Sergipe (483), Alagoas (454) e Rio Grande do Norte (271).
Os números ainda mostraram que a incidência da doença está aumentando na Paraíba. Em 12 anos, os casos de hanseníase multiplicaram-se 56 vezes. Saltaram de 13 notificações, em 2000, para 728, em 2012. Do total dos diagnósticos feitos no ano passado, 90 foram em João Pessoa, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Apesar de ser altamente contagiosa, a hanseníase tem cura e o tratamento é disponível na rede pública de saúde. Para alertar a população sobre o assunto, a Secretaria de Saúde de João Pessoa vai realizar, no próximo dia 30, um evento no Parque Solón de Lucena. Na data, que é dedicada ao combate da doença, profissionais da saúde irão dar orientações e fazer exames nas pessoas que apresentarem sinais suspeitos da patologia.
Os trabalhos ocorrerão gratuitamente das 8h às 12h e serão desenvolvidos por equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) e agentes comunitários lotados nos cinco distritos sanitários da capital. Além disso, a atividade terá a presença de especialistas da Coordenação de Hanseníase do município.
Os números do DataSUS ainda revelam que os diagnósticos feitos em 2012 foram menores que do ano anterior, quando a Paraíba teve 866 novos casos da doença. Para a chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde, Mauricélia Maria de Melo, a redução se deve ao aumento das ações preventivas que foram intensificadas no ano passado.
“Investimos em qualificação das equipes de saúde para que façam o diagnóstico correto, aumentamos as campanhas educativas para orientar a população sobre a doença e melhoramos o acesso ao tratamento, principalmente, nos municípios do interior do Estado”, disse a gestora.
Ainda de acordo com Mauricélia, o trabalho de conscientização também foi ampliado. “Por ser uma doença milenar e cercada por preconceito, a hanseníase ainda é muito estigmatizada. Nosso desafio é mostrar que ela é perfeitamente curável e não há motivos para discriminações”, completa.
Provocada pela bactéria denominada Mycobacterium leprae, a hanseníase pode ser transmitida de uma pessoa para outra através das vias respiratórias superiores, por meio de tosse e espirro. No entanto, o portador deixa de transmitir a doença a partir do momento em que inicia o tratamento.
Por isso, os profissionais em saúde alertam que é de extrema importância que o diagnóstico seja feito de forma precoce. “As pessoas devem procurar um especialista, sempre que encontrarem algum caroço ou placa em qualquer local do corpo, com manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato”, diz a especialista.
“Não precisa sentir medo de buscar ajuda. A hanseníase tem cura e o tratamento é simples”, acrescenta Mauricélia.
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