VIDA URBANA
CG registra 409 casos de abuso e exploração sexual contra menores
Dados são referentes aos últimos nove anos e foram apresentados por entidades ligadas à criança e ao adolescente. Somente este ano foram registrados 28 casos.
Publicado em 09/08/2010 às 12:08
Jorge Barbosa
Dados alarmantes foram apresentados na manhã dessa segunda-feira (09), em Campina Grande, durante um encontro que reuniu diversas entidades que trabalham com crianças e adolescentes. De acordo com o levantamento, em nove anos foram registrados 409 casos de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes em Campina Grande. Somente este ano foram 28 casos. Os casos de exploração sexual são os que mais crescem em comparação com os de abuso.
De acordo com os profissionais que lidam com a vítimas, exploração sexual é quando a criança ou o adolescente tem seu corpo explorado sexualmente como um negócio, visando lucro. Já o abuso sexual acontece quando o menor é molestado sexualmente por um adulto.
O encontro foi coordenado pela Rede de Atendimento a Crianças e Adolescentes (Redeca), que reúne diversas entidades, e teve como objetivo principal cruzar dados e buscar fórmulas de combate e prevenção dos abusos, além de estratégias de acompanhamento das vítimas. De acordo com Patrícia Rodrigues, integrante do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), a ideia do encontro partiu depois que Campina Grande apareceu em mídia nacional como uma das cidades que mais registram crimes dessa natureza.
Cada entidade apresentou seus dados sobre os casos registrados e o devido acompanhamento que é feito junto às vítimas. De acordo com o Creas, de 2001 até hoje, foram registrados 409 casos de abusos e exploração sexual, numa média de 50 casos por ano. Os números referentes ao abuso sexual ainda são maiores, mas os casos de exploração de menores sexualmente com fins lucrativos vêm crescendo.
“Temos percebido um aumento desses casos de exploração, o que é um fator preocupante”, declarou Kaline Barroso, conselheira do Conselho Tutelar Norte. Segundo ela, isso mostra uma outra face, uma vez que o número de abusos sexuais, que são aqueles geralmente cometidos dentro da própria casa da vítima e pelos familiares ou pessoas próximas, sempre foram maiores que os de exploração. “E o que é pior, a exploração sexual está acontecendo dentro das casas das vítimas e sendo praticado por parentes, que convencem as crianças ou obrigam a vender o corpo”.
As vítimas continuam sendo em sua maioria do sexo feminino. De acordo com os conselhos tutelares, de 169 casos registrados de agosto de 2008 a agosto desse ano, 145 foram conta meninas. As entidades querem bolar estratégias para evitar que novos casos surjam e assim reduzir esses índices.
Números de casos de abuso e exploração sexual em CG.
Agosto de 2008 a agosto 2010
Região Norte – 40 casos Feminino – 37 Masculino – 03
Região Sul – 79 casos Feminino – 64 Masculino – 15
Região Leste – 30 casos Feminino – 27 Masculino – 03
Região Oeste – 20 casos Feminino – 17 Masculino – 03
Fonte: Conselhos Tutelares de Campina Grande
Números gerais de 2006 a 2010
2006 – Abuso: 20 casos Exploração: 23
2007 – Abuso: 30 casos Exploração: 12
2008 – Abuso: 28 casos Exploração: 09
2009 – Abuso: 38 casos Exploração: 13
2010 – Abusos: 20 casos Exploração: 08
Fonte: Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas)
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