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VIDA URBANA

Chuva permanece no Litoral e seca no Sertão

Aumento da temperatura é o principal indício do fenômeno El Niño, responsável por secas e pela redução do período chuvoso no Nordeste.

Publicado em 12/06/2012 às 8:00

A Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa/PB) constatou que houve um sutil aquecimento nas águas superficiais do Oceano Pacífico. O aumento dessa temperatura é o principal indício do fenômeno El Niño, responsável por secas e pela redução do período chuvoso no Nordeste.

No entanto, apesar dos monitoramentos semanais indicarem a anomalia, os meteorologistas preveem que a Paraíba não será atingida e a chuva continuará ocorrendo em três regiões do Estado, pelo menos, até agosto deste ano.

Segundo a meteorologista da Aesa, Marlei Bandeira, o El Niño interfere diretamente no clima da Paraíba entre os meses de dezembro a março. “Ele é um fenômeno que faz as águas superficiais do Oceano Pacífico ficarem aquecidas além do normal. Com isso, a temperatura também fica mais alta e ocorre uma influência direta na intensidade de chuvas do Nordeste”, detalha.

“Estamos monitorando semanalmente para prever a instalação do El Niño. No entanto, até o momento, nossos boletins não mostram que isso vá ocorrer agora, na Paraíba, porque o aquecimento das águas do Pacífico está sutil e vem influenciando o clima do Estado”, acrescenta.

A Paraíba é dividida em seis regiões, que se comportam de forma diferente em relação ao clima. De acordo com Marlei, o período chuvoso já foi encerrado no Sertão, Curimataú e Cariri. No entanto, no Litoral, Brejo e Agreste ainda haverá registros de chuvas até agosto deste ano.

“Nestas regiões, mais próximas da faixa litorânea, o período chuvoso ocorre entre abril e agosto. Este ano, acreditamos que as chuvas ficarão normal ou abaixo da média nessas áreas”, analisa a meteorologista.

EM JOÃO PESSOA
Ontem, o dia permaneceu nublado na Paraíba, com presença de chuvas isoladas, no Agreste, Litoral e Brejo. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura variou entre 17 e 35 graus nessas localidades. Em João Pessoa, a população enfrentou chuvas e frio de 17 graus nas primeiras horas do dia.

Houve pontos de alagamentos em alguns trechos da cidade, que causaram congestionamentos no trânsito. A Defesa Civil Municipal também foi mobilizada e precisou fazer visitas em áreas de risco.

No bairro de Cruz das Armas, uma casa apresentou fissuras, rachaduras e foi interditada pelos técnicos da Defesa Civil, devido ao risco de desabamento. A família precisou ser removida e a moradia será demolida, nos próximos dias, por funcionários da prefeitura.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de João Pessoa, Noé Estrela, a capital possui 31 áreas que apresentam risco iminente de desabamentos e alagamentos, porque estão próximas de barreiras e rios. Destas, a preocupação é maior no bairro São José e comunidade Tito Silva, no Castelo Branco. Ontem, essas áreas foram visitadas por equipes da Defesa Civil de João Pessoa.

“Esses moradores ribeirinhos são constantemente vítimas de alagamentos, porque as casas foram construídas abaixo do nível dos rios que cortam as localidades. Estamos fazendo o monitoramento para evitar tragédias. Mas, até agora, só precisamos remover uma família, que será inserida no programa de Auxílio-Aluguel da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de João Pessoa”, completou Noé.

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Jornal da Paraíba

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