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VIDA URBANA

Com paralisação, usuários do SUS ficam sem atendimento em JP

Médicos da rede municipal de João Pessoa paralisaram as atividades cobrando melhorias.

Publicado em 24/07/2015 às 8:09

Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que ontem buscaram atendimento médico nos postos do Programa de Saúde da Família (PSF), Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) e ambulatórios dos hospitais da rede municipal, em João Pessoa, voltaram para casa sem o atendimento. O motivo foi a falta de profissionais médicos ligados à prefeitura, que decidiram cruzar os braços para tentar ter as reivindicações atendidas, caso contrário, a possibilidade de greve não está descartada. A paralisação continua durante todo o dia de hoje e apenas os serviços de urgência e emergência estão mantidos.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba (Sindmed-PB), Tarcísio Campos, a categoria reivindica por uma aposentaria justa e compatível com os salários recebidos em contracheque, já que atualmente quando se aposentam perdem cerca de 70% do valor, relativo às gratificações, acréscimo de adicional noturno e de insalubridade, progressão vertical de carreira para os pós-graduados, entre outras melhorias nas condições de trabalho.

“Temos aproximadamente 800 médicos trabalhando nas unidades de saúde da prefeitura, mas como alguns serviços devem ser mantidos, como os de urgência e emergência, acreditamos que cerca de 300 deles aderiram à paralisação. O movimento é uma advertência para que a prefeitura entre em acordo com os médicos e atenda as demandas”, disse.

Quem procurou as unidades básicas para consultas de rotina, por exemplo, voltou para casa sem o atendimento, como foi o caso da estudante Eliane Pedro, 33 anos, que mora no bairro Treze de Maio. Ela não sabia da paralisação e só foi informada que não havia médico ao chegar no PSF do bairro. “Vim para o médico em busca de uma receita de remédio controlado para meu marido, porque o que ele toma já acabou, mas me disseram que não tem médico e ele não pode ficar sem tomar esse medicamento. Infelizmente, só segunda-feira, agora”, relatou.

Na mesma unidade, a dona de casa Luana da Silva, 22 anos, também não foi atendida. “Cheguei logo cedo e vi outras pessoas também voltarem para casa porque não tem médico”, contou.
A situação se repetiu em outros PSFs da capital, como o do bairro Alto do Céu, para onde a dona de casa Maria Célia, 46 anos, foi para ser consultada por um ginecologista. “Eu trouxe os exames para mostrar ao médico, mas ele não veio. Só tem uma enfermeira atendendo. Médico só na próxima semana”, declarou.

Segundo o presidente do Sindmed-PB, a prefeitura permanece sem diálogo com a categoria e a expectativa da classe médica é que um acordo seja realizado na próxima semana para que não haja risco de deflagração de greve. “Esperamos que na próxima semana a prefeitura convoque a categoria para conversar e entrar em acordo, evitando uma possível greve, pois não queremos que a população arque com os prejuízos e seja penalizada pela falta de compromisso da prefeitura”, afirmou Tarcísio Campos. Ontem à noite houve assembleia para avaliar a paralisação e dar os encaminhamentos necessários ao movimento.

Hospitais

Além dos PSFs, a paralisação também atinge os principais hospitais municipais, como o Santa Isabel, Valentina de Figueiredo, Complexo Hospitalar de Mangabeira, Maternidade Cândida Vargas, que realizam serviços ambulatoriais e de cirurgias eletivas e todos os Centros de Atenção Integral à Saúde (CAIS). A exceção em algumas dessas unidades serão os atendimentos de urgência e emergência.

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Jornal da Paraíba

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