VIDA URBANA
Comerciantes também mudam rotina
denúncia feita pelo funcionário é confirmada pelo diretor do setor de Divisão de Cemitérios da Sedurb, Williams Viana.
Publicado em 22/11/2015 às 8:10
José Carlos (nome fictício) trabalha em uma das lojas instaladas em frente ao cemitério Senhor da Boa Sentença há mais de 20 anos e relatou que a violência aumentou muito por lá nos últimos tempos. Por ter testemunhado alguns crimes violentos no local, a rotina de trabalho na loja também mudou: quando começa a escurecer, ele fecha as portas e aguarda, trancado, a carona que o leva para casa. “Há alguns dias, nós só escutamos os tiros aqui na frente e quando fomos ver, estava um corpo no chão nessa mesma rua. Vejo que as pessoas que antigamente frequentavam o cemitério para visitar seus mortos já nem pensam mais em entrar a partir do fim da tarde. Você entraria?”, questionou.
A denúncia feita pelo funcionário é confirmada pelo diretor do setor de Divisão de Cemitérios da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Williams Viana. “Por causa da passagem no cemitério, no muro de trás que já foi aberto uma dez vezes e dá acesso a uma comunidade, ninguém entra no Boa Sentença a partir das cinco horas da tarde, nem a polícia entra”, afirma.
Segundo ele, a secretaria chegou a enviar um ofício para a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Seds) para relatar o problema, mas nenhuma providência foi tomada. “Depois que eles assaltaram um delegado lá dentro, a polícia começou a investigar. Aí os arrombamentos de túmulos pararam totalmente porque a polícia estava lá dentro”, afirma. (Colaborou Umberlândia Cabral).
O que diz a Polícia Militar
O policiamento na área do cemitério Senhor da Boa Sentença é feito pelo 1º Batalhão de Polícia Militar (PM), segundo informou a assessoria de imprensa da Polícia Militar. As rondas são feitas na área do cemitério por viaturas de Radiopatrulha, Força Tática e Rotam. A assessoria de imprensa informou que a guarda patrimonial do cemitério não é de responsabilidade da PM, mas destacou que, em caso de flagrante delito de dano ao patrimônio público, ou qualquer outra infração penal flagrada durante as rondas ou mediante solicitação, a PM atua em qualquer local, inclusive nos cemitérios. Sobre o portão aberto pela comunidade, para livre passagem pelo cemitério, a PM não se pronunciou.
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