VIDA URBANA
Comerciantes terão que pagar dívidas
Associação que administra o Shopping Centro Edson Diniz, em CG, recorreu à Justiça para cobrar dívidas de condomínio do local.
Publicado em 25/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:19
Para combater a inadimplência entre os comerciantes do Shopping Centro Edson Diniz, em Campina Grande, a associação responsável pela administração do local está recorrendo à Justiça para cobrar dívidas de condomínio. Ao todo, 60 proprietários de pontos comerciais instalados no shopping popular já foram acionados para quitar uma dívida estimada em R$ 166 mil. A falta de pagamento das taxas dificulta os investimentos na manutenção e limpeza do prédio e impede a realização de reformas estruturais.
As ações já atingem 18% dos 330 comerciantes que trabalham no local, mas o número deve crescer até fevereiro. De acordo com Jobson Alves, presidente da Associação dos Comerciantes do Shopping Centro, a entidade está buscando negociar com os devedores e só será alvo de ações judiciais quem se recusar a fazer um acordo para regularizar o pagamento. Os lojistas estão sendo notificados sobre as dívidas.
“A associação está fazendo a sua parte e está acionando na Justiça para cobrar de quem se ainda se recusar a pagar. Já está em torno de 60 pessoas cobradas em ações, mas estamos indo por etapas. Tenho primeiro de fazer uma cobrança em duas vias, deixando o comerciante ciente de que a dívida existe e buscar o dialogo, a negociação. Não podemos acionar um comerciante sem antes comunicá-lo”, explicou Jobson Alves.
A taxa mensal é de R$ 80,00 para cada um dos 330 boxes do shopping popular e o dinheiro é usado para pagar os funcionários que fazem a limpeza e a segurança do local, bem como quitar as despesas de custeio como fornecimento de água e energia elétrica. Mas devido à inadimplência, a administração do shopping fecha as contas no vermelho.
Segundo Jobson Alves, as despesas fixas mensais estão estimadas em R$ 23,1 mil, mas a arrecadação varia entre R$ 15 e 20 mil.
“Por causa dos inadimplentes nós tocamos o shopping com dificuldade e às vezes somos obrigamos a atrasar uma conta para pagar outras despesas, principalmente quando há algum imprevisto como um reparo para fazer. Se todos pagassem, a receita seria de quase R$ 25 mil e seria suficiente paras as despesas”, informou o presidente da Associação.
À frente da entidade há apenas 10 meses, o atual presidente afirma que pretende conscientizar os comerciantes da necessidade da contribuição para a manutenção do local.
“Os colegas comerciantes já estão percebendo que esse dinheiro será usado em benefício de todos e aos poucos eles vão se acostumar. Nunca houve uma cobrança efetiva e havia muita questão política, por isso muitos nunca pagaram”, revela Jobson.
PRÉDIO TEM PROBLEMAS ESTRUTURAIS
Um dos reflexos da falta de recursos é a precariedade na estrutura do prédio do Shopping Centro, principalmente na instalação elétrica. Muitos comerciantes temem os riscos de acidentes e incêndios devido à presença de fios desencapados em boxes onde estão armazenados produtos como tecidos e artigos de plástico. O problema foi gerado aos longos dos anos com a ligação de 'gambiarras' nos boxes para a instalação de novos equipamentos.
A Associação dos Comerciantes, responsável pela manutenção do local, admite o problema, mas alega que não tem recursos para fazer todas as modificações que o prédio precisa. “Esse é o único problema que não conseguimos avançar na solução porque a associação jamais teria condições de bancar.
Estamos pedindo que a prefeitura possa disponibilizar um engenheiro para valiar o problema e assumir a reforma.
Acreditamos que o custo é de pelo menos R$ 50 mil”, diz.
No final do ano passado, a associação assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a adotar medidas de prevenção a incêndio. Segundo Jobson Alves, a entidade já investiu cerca de R$ 6 mil na aquisição de 25 novos extintores e está treinando um grupo de comerciantes para implementar uma brigada de incêndio.
Já o presidente do Instituto de Previdência do Servidor Municipal (IPSEM), Hermano Oliveira, informou que a prefeitura já está planejando uma reforma no local, ainda no primeiro semestre deste ano. Segundo ele, por lei, o Instituto só pode destinar recursos ao shopping para reformas na parte estrutural do prédio, ficando a manutenção dos demais serviços sob responsabilidade dos comerciantes.
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