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VIDA URBANA

CRM-PB interdita UTI neonatal da maternidade de Patos por falta de remédios e insumos

Hospitais Janduhy Carneiro e Geral de Taperoá receberam prazo para readequação

Publicado em 13/04/2019 às 14:56 | Atualizado em 13/04/2019 às 15:59


                                        
                                            CRM-PB interdita UTI neonatal da maternidade de Patos por falta de remédios e insumos
Hospital Geral de Taperoá tem até 10 dias para de readequar - foto: Divulgação/CRM-PB

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) determinou a interdição ética dos médicos que atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) do Hospital e Maternidade Peregrino Filho, na cidade de Patos, no sertão paraibano. A decisão foi tomada após fiscalização realizada na última sexta-feira (12) e passou a valer à partir da zero hora deste sábado (13).

Com a interdição, os médicos que atuam nas unidades estão impedidos de prestar os seus serviços nos setores determinados pelo órgão. Segundo o CRM-PB, as unidades não teriam materiais básicos para o internamento de crianças e também não apresentam condições de prestar um atendimento adequado, o que poderia colocar em risco a vida dos pacientes.

No último dia 21 de março, o CRM-PB vistoriou as unidades de saúde e encontrou o estoque com falta de medicamentos. Na época, o conselho cobrou providências do Governo do Estado e denunciou a situação ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Federal (MPF). Mas, segundo o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, a nova vistoria encontrou “uma melhora no estoque de medicamentos, apesar de ainda haver algumas faltas”.

Hospital Janduhy Carneiro

Também na sexta-feira (12), o CRM-PB fiscalizou o Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro, também no município de Patos. De acordo com o diretor de fiscalização a unidade apresenta problemas 'gravíssimos' na estrutura física, além da falta de medicamentos.

“O hospital apresenta um clima de guerra em vários setores. No Centro Cirúrgico há péssimas condições, como um esgoto que se abre a cada sete dias para limpeza, infiltrações nas paredes, ar condicionado com vazamento e baldes para conter a água, piso de concreto. São muitos problemas a serem resolvidos”, disse João Alberto.

Ainda de acordo com o diretor de fiscalização do CRM-PB, faltam equipamentos na UTI do hospital, que ainda sofre com a superlotação.

“Realmente, o hospital presta um serviço precário. Mas não temos como interditá-lo por completo, pois ele atende uma grande parte da população do Sertão. Por isso, daremos um prazo de 20 dias -a contar a partir da entrega do relatório do CRM - para que sejam sanadas, pelo menos, os problemas na área física”, explicou João Alberto.

Taperoá

No Hospital Geral de Taperoá, ainda no sertão paraibano, a fiscalização constatou falta de médicos, medicamentos e insumos. O CRM-PB deu um prazo de 10 dias para que o Governo do Estado corrija os problemas encontrados. Caso não cumpra a determinação, a unidade pode ser interditada eticamente. Para João Alberto, a unidade estaria sendo subutilizada.

“O hospital está sendo subutilizado, pois tem uma ótima estrutura, centro cirúrgico com capacidade de realizar cirurgias de média complexidade, higiene adequada. No entanto, não há médicos suficientes e os pacientes estão sendo encaminhados para Campina Grande. Além disso, faltam medicamentos essenciais para um tratamento adequado aos pacientes. Fiquei impressionado com o descaso com a população”, destacou o diretor de fiscalização.

Promessa de reparos

Todas as unidades citadas na matéria são administradas pela Organização Social (OS) Instituto Gerir. Nossa reportagem tentou contato com a instituição, mas não fomos atendidos.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES), informou que o Hospital Geral de Taperoá está sendo abastecido com os insumos necessários para o funcionamento e atendimento à população. A SES ainda destacou que o Governo da Paraíba deve assumir a administração da unidade de forma provisória, até que seja concluído a contratação de uma nova Organização Social. Com isso, os pagamentos aos funcionários deve acontecer de forma direta.

Já a direção do Hospital e Maternidade Peregrino Filho disse que a falta de insumos, que foi o principal motivo da interdição, segundo a direção da unidade, será solucionada até este sábado (13), quando o hospital terá a reposição dos itens que estão em falta e que foram adquiridos em compras emergenciais, além de remanejamento de outras unidades de saúde estaduais.

O Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro, esclareceu que algumas das situações apontadas pelo CRM já estavam em processo de readequação e que assim que receber o relatório do Conselho deverá tomar as "medidas cabíveis caso a caso". A direção do Complexo informou ainda que está previsto no orçamento do Governo do Estado recursos para uma reforma na unidade.

Imagem

Jornal da Paraíba

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