VIDA URBANA
Cruz Vermelha começa onda de demissões no Hospital de Trauma
Governo havia garantido que na nova gestão os servidores seriam mantidos nos cargos. Servidora denuncia que mais de cinquenta pessoas foram demitidas nesta quinta.
Publicado em 21/07/2011 às 15:13
Da Redação
Dezenas de servidores do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena foram demitidos na manhã desta quinta-feira (21) pela Cruz Vermelha do Brasil, que desde o dia 8 de julho dirige o hospital. Em entrevista à Rádio Paraíba FM, uma das servidoras demitidas, que pediu para não ter seu nome revelado, afirmou que cerca de 50 demissões já foram efetivadas e que nenhuma justificativa foi apresentada pela administração do hospital.
Segundo a servidora, a secretária da coordenação do hospital, identificada pelo nome de Joyce, entrou em contato com os servidores, apenas informando que eles precisavam comparecer a uma reunião que seria realizada no auditório do hospital na manhã desta quinta. Na reunião, os prestadores de serviço foram informados, individualmente, sobre a demissão.
O Paraíba1 tentou checar as informações junto à assessoria de imprensa do hospital, mas foi informado de que não se pronunciaria e que seria distribuída uma nota sobre o assunto.
O anúncio da demissão teria sido feito por uma funcionária do Departamento Pessoal que explicou que o motivo das demissões era a necessidade de enxugar a folha de pagamento. Ainda segundo a servidora que falou com a reportagem da Rádio Paraíba FM, alguns dos servidores chegaram a passar mal nos corredores da unidade quando foram informados sobre a demissão.
Entre os demitidos, estariam servidores das áreas de Enfermagem, Nutrição e também da recepção do hospital, mas apenas aqueles que assumiram os cargos entre 2009 e 2010.
A Cruz Vermelha assumiu a direção do Hospital de Trauma de João Pessoa no início deste mês, segundo o Governo, com a intenção de melhorar o atendimento à população e reduzir os gastos. Na ocasião, os novos diretores da unidade hospitalar e o governador Ricardo Coutinho afirmaram que não haveria demissões e que os funcionários e os 13 diretores exonerados seriam contratados.
Segundo Ricardo Coutinho, os benefícios do Governo com o contrato de pactuação serão uma economia de 40%, diminuindo os gastos com o hospital de R$ 10,8 milhões mensais para R$ 6,8 milhões.
A ação do Governo gerou contestações de alguns órgãos de Saúde do Estado. O presidente do Sindicato dos Médicos (Simed) da Paraíba, Tarcísio Campos, afirmou que a categoria era contra a terceirização da administração do hospital e reclamou do fato de os órgãos de Saúde não terem sido informados previamente da substituição dos diretores do hospital.
Ricardo Coutinho negou, em seu programa semanal de rádio, que o contrato firmado entre o Estado e Cruz Vermelha fosse terceirização. Segundo o governador, o controle do Hospital de Trauma ainda seria do Governo. “O órgão é do Estado e o controle total ainda será do Estado. O Governo não está abrindo mão da unidade, nós queremos um outro olhar, não dava para continuar do jeito que estava”, afirmou na ocasião.
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