Déficit de atenção é problema

Notas baixas, dificuldade de aprendizagem e de relacionamento na escola. Estes são os principais sintomas do déficit de atenção, um transtorno que afeta, pelo menos, 3% das crianças e adolescentes em idade escolar, segundo a Sociedade Brasileira de Deficit de Atenção (SBDA). Só na rede municipal de ensino de João Pessoa, a estimativa é que o problema atinja 1.800 dos quase 60 mil estudantes matriculados.

A presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, seção Paraíba, Kátia Laureano, explica que o déficit de atenção interfere diretamente na aprendizagem porque impede a concentração do estudante. Apesar de ser um problema emocional, a médica alerta que inúmeras doenças físicas também podem se esconder por trás das notas em vermelho.

“Em muitos casos, a criança não consegue acompanhar o conteúdo ministrado na escola porque está sofrendo de problemas de visão, auditivos, neurológicos e emocionais. É fundamental que os pais façam o acompanhamento devido para evitar que os diagnósticos ocorram tarde. Às vezes, até problemas ocorridos em casa, como a separação dos pais, podem prejudicar o rendimento da criança na escola e ocasionar os problemas de concentração”, completa.

A chefe do Departamento de Psicopedagogia da Universidade Federal da Paraíba, Mônica Dias, destaca que as crianças com mau desempenho na sala de aula precisam ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos e médicos.

“São esses profissionais que irão fazer exames e identificar a real causa daquela dificuldade de concentração e detectar, por exemplo, se ela está ocorrendo devido a problemas oftalmológicos, auditivos, psicológicos ou neurológicos. Mas, em algumas situações, o problema não está no aluno e sim na metodologia de ensino usada pelo professor, que não é compreendida pelo estudante”, salienta.