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VIDA URBANA

Denúncias expõem problemas em atendimentos realizados pelo Samu

Lenicir Costa e Jovenir Melo perderam as filhas após 'conduta inadequada' de equipes do serviço, conforme alegam as mães.

Publicado em 23/08/2015 às 8:00

“Eu não chamo de denúncia. É um grito de alerta. Se a gente se calar muitos outros virão. Eu fiquei só chamando e dizendo que ela estava passando mal e o médico não liberou o Samu”. As falas são de duas mães, uma de Campina Grande e outra de Patos, que perderam suas filhas nos dias 2 e 6 deste mês e afirmam que elas foram vítimas de conduta inadequada de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A primeira é a professora Lenicir Costa Coura, mãe da estudante universitária Maria Isabel Coura, 21 anos, que faleceu vítima de uma parada cardiorrespiratória e que esperou mais de 40 minutos para receber atendimento do Samu. A segunda é Jovenir Costa Melo, mãe da dona de Casa Orilene da Costa, 32 anos, que morreu devido a uma parada cardiorrespiratória e teve seu atendimento negado pelo serviço em Patos, com a alegação que o Samu não poderia atender aquele tipo de caso.

Lenicir relata que começou a pedir ajuda ao Samu de Campina Grande assim que a filha perdeu os sentidos e desmaiou, por volta das 19h, mas a partir daí travou uma luta desesperada para convencer uma atendente do serviço que o caso era grave. “A atendende disse que minha filha estava bem e que eu deveria me acalmar. Eu sei que estava apavorada porque estava perdendo a minha filha. Só no final do atendimento ela passou para um médico que confirmou que enviaria uma equipe”, relata.

Além da conduta inadequada no atendimento, a professora reclama que o Samu enviou uma ambulância do tipo básica, com um enfermeiro e motorista, ao invés de um veículo com suporte avançado. Para tentar evitar a morte da filha dentro da própria casa, Lenicir recorreu ao serviço de resgate do Corpo de Bombeiros e a viatura do órgão chegou minutos depois do Samu.

A professora afirma que sua iniciativa “não trará a sua filha de volta”, mas avalia que é um grito de alerta para mudar o funcionamento do Samu na cidade. Ela revela que vários parentes e amigos a criticam diante da possibilidade de repercussões negativas, mas garante que faz isso para evitar que outras pessoas se tornem vítimas do problema.

Já a dona de casa Jovenir Costa, em Patos, revela que sua filha acordou na madrugada do dia 6 de agosto vomitando e sentido fortes dores. Como ela tinha diabetes tipo 1 e cálculo renal, ela acionou o Samu, mas recebeu a informação que o serviço não poderia atender esse tipo de caso. Quando a filha já estava desmaiada, ela voltou a recorrer ao serviço e voltou a ter o atendimento negado. Só conseguiu levar sua filha ao Hospital Regional utilizando um táxi. Ela foi atendida e por volta das 4h30, mas veio a óbito.

Diretor reconhece erro
O diretor clínico do Samu em Campina Grande, o médico Hermano Barbosa, reconheceu que a conduta de atendimento ao caso da estudante Maria Isabel Coura foi equivocado. “Lamento demais. Sei que não deve ser fácil perder uma filha com 21 anos. Foi erro do nosso serviço. A atendente não deveria ter agido daquela forma. Ela deveria ter pego as informações básicas e repassado o caso imediatamente para um dos médicos”, explicou.

Hermano também reconheceu o atraso no envio de uma ambulância, mas explicou que na noite do dia 6, um domingo, todas as unidades estavam ocupadas em outros chamados e que antes de atender o caso de Maria Isabel o veículo ainda teve de deixar um paciente no Hospital de Trauma e aguardar a liberação da maca.

O médico informou que a atendente foi afastada e já recebeu uma advertência por escrito, não estando ainda definido se será instaurado um inquérito administrativo para apurar as causas do problema. Ele garantiu que todos os atendentes passam por um treinamento.

No caso da dona de casa Orilene da Costa, o secretário de Saúde de Patos, Anderson Sóstenes Trigueiro, informou que já foi iniciada uma investigação e que todos os dados foram também enviados ao Conselho Regional de Medicina, com uma solicitação de investigação sobre a conduta do médico regulador que atendeu o caso. “Não podemos ser unilaterais. Temos que entender que o profissional não estava vendo o usuário e o usuário também não tem conhecimento técnico”, ressaltou.

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Jornal da Paraíba

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