VIDA URBANA
Dia nacional de paralisação na saúde leva caos à Paraíba
Rede hospitalar estadual, que está recebendo toda a carga de pacientes do município, já apresenta sinais de superlotação nas internações.
Publicado em 07/04/2011 às 8:17
Luzia Santos
Do Jornal da Paraíba
O paraibano enfrenta nesta quinta-feira (7) um dia de caos na saúde. Os médicos da rede hospitalar de João Pessoa entram no terceiro dia de greve e os profissionais que atendem pelos planos de saúde aderem à paralisação nacional de 24 horas, que suspende atendimentos, consultas e cirurgias eletivas. A rede hospitalar estadual, que está recebendo toda a carga de pacientes do município, já apresenta sinais de superlotação nas internações.
Em Campina Grande, os médicos também participam hoje do Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde, que acontece em todo o Brasil. A Associação Médica de Campina Grande não informou quantos atendimentos deveriam deixar de ser realizado durante o dia de hoje nem como seria a adesão da categoria.
Em nota, informou que convocou todos os médicos à adesão ao movimento e afirmou que a ação tem como propósito protestar contra a forma desrespeitosa com que os médicos e os pacientes são tratados pelas empresas que atuam na saúde suplementar.
Em João Pessoa, os médicos credenciados junto às operadoras e aos planos de saúde irão suspender as atividades e realizar uma ato público, com direito a panfletagem, no Busto de Tamandaré, na praia de Tambaú, a partir das 7h. A ideia é esclarecer à população os motivos da paralisação.
Os representantes do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Medeiros; da Associação Médica da Paraíba (AMPB), Fábio Rocha, e o presidente do Sindicato dos Médicos (Simed PB), Tarcísio Campos, já confirmaram apoio ao movimento.
Segundo o presidente do Simed, serão suspensos os atendimentos eletivos (consultas e exames), que deverão ser remarcados. Já os casos de urgência e emergência terão atendimento normal.
Para os médicos, a relação entre os profissionais e as seguradoras de saúde chegou a um ponto insustentável. Desde o ano 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde (ANS), a inflação aumentou quase 100%. O reajuste aplicado às mensalidades dos beneficiários foi entre 160 e 170%. No entanto, os reajustes que concedidos aos médicos não chegaram a 60%, em média. “Essa situação vem gerando um descontentamento grande”, ressaltou o presidente do CRM-PB, João Medeiros. Os médicos alegam que essa insatisfação com o tratamento que recebem dos planos de saúde afeta o atendimento aos pacientes.
Assembleia
Os médicos da rede estadual de saúde também ameaçam parar as atividades nos próximos dias. Em assembleia realizada no Conselho Regional de Medicina, ontem à noite, eles decidiram encaminhar um pedido de audiência para o governador do Estado, Ricardo Coutinho.
Caso não recebam uma resposta no prazo de 10 dias, eles realizam nova assembleia e votam um indicativo de greve por tempo indeterminado. A categoria reclama, entre outras coisas, a equiparação do plantão entre efetivos e cooperados e melhores condições de trabalho.
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